light gazing, ışığa bakmak

Friday, July 30, 2010

quase

quase a partir. há quem não goste de interpretações (que o original é que-). como leitora de tanta coisa nunca posso dizer o mesmo. perco-me nas versões b e c, e o meu palácio-encantado são as outras leituras, todas diferentes como impressões digitais -o que se chama artes performativas, importando do inglês. nem sei se isto existia em português. o intérprete criador que morreu esta noite, e que vi há meses em almoço numa mesa de Lisboa ao meu lado, deixa saudade. quem interpreta e dá a sua voz ou o seu corpo ao oggling da multidão e aos focos de luz no palco representa melhor o seu país ou a sua língua ou a sua história do que os que são eleitos por um mecanismo de marketing e por uma percentagem dos votantes. estas vozes que -estas sim- falam por nós.


agora que entrei nos meandros de Montano e no seu vampirismo literário. por mim um bocado exacerbado aquilo tudo, mas talvez a época o peça ou talvez seja a tal ansiedade da influência. assim de caras vejo estrelas brilhantes no mar das letras e o mar de reflexos que o próprio narrador afirma ser. e isto acontece agora como aconteceu sempre, embora manipulado hoje pela imprensa cultural, pelos grupos editoriais e os seus gabinetes de marketing a criar necessidades e a inventar teorias e modas. estes que não representam nada.

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