light gazing, ışığa bakmak

Friday, August 20, 2010

caminhante solitário

"Era fácil de imaginar esta espécie de plátanos espalhando-se pela terra como os círculos concêntricos na água e, à medida que iam conquistando tudo em redor, ficando cada vez mais fracos, enredados em seus próprios rebentos e morrendo por dentro. Muitas das árvores mais claras ficavam suspensas como nuvens acima do parque. Outras eram de um verde profundo, impenetrável. As copas dispunham-se em terraços e bastava desfocar um pouco o olhar para pensarmos estar a ver enormes montanhas cobertas de floresta." nos Anéis de Saturno de Sebald.

no que tem sido um bom passeio. à primeira vista sem saber de onde vem este tom de voz, olhando em redor, é bem possível que o tenha ouvido em Thomas Mann, faria sentido mas preciso de confirmar. não seria má a delimitação de uma geografia dos caminhantes solitários, como o fez Vila-Matas de modo inacabado já que o seu ponto era o diário. gostei que tenha dito que Kafka descrevia tudo compulsivamente até ao mais mínimo pormenor. a descrição da quase partícula. (na fase do desejo por Robert Walser, quem sabe os Microscripts).

regularmente se projectam em mim incertezas alheias. [frase para o triste que substituía a da cinderelas se eu quisesse acinzentar a coisa]. um cansaço.

No comments:

 
Share