comprei um melão de seis quilos, a entreter a ideia do fruto perfeito que vai durar toda uma semana, fresco e com o mesmo sumo que escorre enquanto a faca o talha. nas notícias adivinhamos os dias que passam sem os fogos -galinhas, as carrinhas, palha para os animais, bonés, velhos a chorar à luz do dia explorados pelos fazedores de tragédias a puxar a ladainha, foi tudo o que ali estava. na praia, parentes envergonhados enrolavam-se na toalha de praia, baixavam os calções, homens feitos pais de família a apertar as pernas com pudor enquanto baixam os calções para voltarem a vestir-se, agora de seco, com cuidado não caia a toalha, riem embaraçados. as mulheres brancas e corpulentas revolvem em torno de miúdos nus aos saltos no areal, perseguem-nos com a minúscula roupa interior na mão e eles escapam para mais um jogo de bola ou um último salto em cima das ondas. outro mundo. escrivaninha. guarda-jóias. caramanchão. as palavras seguem-nos para a praia com a vergonha-
light gazing, ışığa bakmak
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