o amor esse bicho. nem sou dada a escrever sobre ele porque dá sempre mau resultado e porque o que é hoje já deixou de ser moda amanhã. e que rápido. mas gostei de ler o Orlando e vi tão claramente o que está escrito que me pareceu transparente. amor e self, onde ficas pessoa: somos o que os outros nos vêem ou o que pensamos que somos. se houvesse isto ou aquilo e até fosse verdade que bom que era. certo que dois são um quase nunca, mas já tenho visto. torna-se uma espécie de animal de quatro braços e duas bocas, cheio de pernas andando curvado para todo o lado, que fala consigo e que com quatro olhos vê as mesmas coisas. um bicho feliz, mas raro. mais comum é o movimento choque subida pico descida mergulho, maior a experiência maior o fracasso em dia mau, maiores as lembranças em dia bom. e quem resiste aos sonhos quimeras desejos, nem o maior refinado sabedor. fé ou desejo, enganos, de mudanças impossíveis e perdidas de início que nem chegam a olhar o outro mas tão só para mim e eu e o que eu desejo para mim. amor-paixão-amizade. o mal é termos dado nomes a isto, maneira de nos auto-enganarmos a pensar que tudo cabe em gavetas com nomes, como os coleccionadores de coisas que, como eu, caem por vezes na tentação de crer que o universo cabe numa caixinha de bombons. e lá estava o mau resultado.
light gazing, ışığa bakmak
Saturday, September 18, 2010
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