light gazing, ışığa bakmak

Sunday, November 14, 2010

Moby Dick

gostei de ouvir a voz de Laurie Anderson que fala como canta, uma voz melódica e fina que modula do quase silêncio ao afirmativo. gostei que tivesse contado da fixação em Moby Dick e de como lhe foi oferecida a Bíblia que Melville usava ao escrever o grande livro, com notas garatujadas a lápis, impossíveis de recuperar por terem cento e cinquenta anos e não só um século. que foi a mulher dele quem lhe apagou as notas que sujavam a  bíblia da família. e a dizer isto a voz ondulava a criar ficções. que o grande peixe era a serpente do Leviatã e que tinha sido um erro pegar nele e fazer uma ópera, com demasiado cuidado. dizia o editor, ficcionava ainda: Melville, em que direcção vai a tua história, a lado nenhum. precisas de um motor, um capitão louco, por exemplo.
durante uma meia hora, Laurie Anderson leu o segundo capítulo do último livro de Don DeLillo, Point Omega.
a entrada foi gratuita

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