na estrada de papel já se perdeu a conta aos vai-vem do herói da noite ocidental. esta estrada, mesmo que a sul, é varrida pelo vento frio pouca chuva, mas amanhã virá, dizem todas as previsões. não está de feição para o mar, marinheiros só e os que vêem o mundo ao contrário: água em lugar de terra, firme onde estão as ondas. e as viagens são estas que estão à vista e, muito mais, todas as outras em que se procura uma imagem do local (a que se trouxe em primeiro lugar para dar notas e tirar apontamentos), em que se procura o que fomos no passado neste mesmo espaço, o que outros foram aqui. e todas se cruzam como as linhas brancas no céu, em algum lugar se cruzam, o lugar que somos.
Olhão tem de ser elevada à categoria de favorita dos algarves, minha claro, que tenho dado conta de uma inclinação para lugares marítimos onde o convívio com as gaivotas não é posto em causa. o mesmo em Mira, como na Nazaré, em Peniche, Matosinhos, Rabo de Peixe, Câmara de Lobos. em outra geração fui pescada ou fui à pesca. ruas verdadeiras onde correm os ciganos ou tendeiros com o vento, no mercado brinquedos plásticos na mão de homens escuros de turbante, mochilas, ingleses brancos em esforço linguístico, vizinhos irmãos, os montes de sal, vendedores de pássaros, cavalos selvagens, patos e garças, medronhos, chocos quase gigantes, litões, coelhos, todos os velhos andam de bicicleta, ilhas.
isto nem parece o nosso Algarve, disse encolhida. e avisou a patroa que ia aparecer na net. no hotel como se estivéssemos em casa, de pantufas.
light gazing, ışığa bakmak
Saturday, December 4, 2010
Olhão
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