light gazing, ışığa bakmak

Friday, February 18, 2011

acabei Vertigens

se bem que nunca se acabe de ler um livro de Sebald, que fica a pairar em nós para revisitações imprevistas.

"Por isso, aconselha Beyle, não devemos comprar gravuras com as lindas vistas ou perspectivas que observamos em viagem. É que uma gravura depressa ocupa por inteiro o lugar da lembrança que temos das coisas, pode-se até dizer que acaba por a destruir. A maravilhosa Madonna de San Sisto, por exemplo, que tinha visto em Dresden, por mais que se esforçasse já não conseguia recordá-la, pois tinha sido tapada pela gravura que dela tirou Müller" (...)

na p. 11 de Vertigens Impressões, de W. G. Sebald.
com tanta facilidade se apresenta algo tão catastrófico, a memória feita em nada, a vida em areia e todas as imagens que tiro a roubar-me a própria vida.

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