Não sou grande fan de Barcelona, cidade que na minha opinião está valorizada muito acima do que me parece ser: uma cidade de província abençoada por alguns magníficos momentos (não falta nenhuma sílaba), chauvinista e com um terrível complexo de 2ª cidade.
Há cidades assim, note, e não deixam de ser interessantes: Lyon, por exemplo. Outras são horríveis: Lausanne. (Não falo do Porto porque não quero que v. perca leitores).
Mas gosto da maneira como você olha para a cidade - essa atenção aos pormenores, às cores e formas; a ausência de pessoas - dir-se-ia que para si a cidade é feita de pedras e objectos (o que não é necessariamente uma crítica negativa, repare).
Antigamente ia muito a Barcelona. Um dia pus-me à procura de um bar de jazz, percorri a cidade toda - não é uma hipérbole - e não encontrei. Nunca mais a consegui olhar com os mesmos olhos.
Felizmente este blogue não é orientado por sondagens! Gostei de estar em Barcelona, não tenho muito essa opinião mas baseio-me só no princípio que se não encontrei foi por falta minha, não da cidade, pelo menos esta. Não procurei jazz, admito, e sou movida a literatura, muitas vezes. Nesse aspecto, julgo que há mais momentos do que os tradicionalmente considerados, um deles é o tempo presente. Mas ainda estou a catalogar mentalmente o pouco que vi. Saudações!
Ana V.
Cascais. Portugal.
[aviso genuíno: "Talvez alguns leitores achem toda esta conversa algo inverosímil. Para os comprazer, o autor confessa que é da mesma opinião, mas infelizmente as coisas passaram-se como as relatamos."
Gogol em As Almas Mortas.]
["Before my birth there was infinite time, and after my death, inexhaustible time. I never thought of it before: I'd been living luminously between two eternities of darkness."
Pamuk em My Name is Red.]
2 comments:
Não sou grande fan de Barcelona, cidade que na minha opinião está valorizada muito acima do que me parece ser: uma cidade de província abençoada por alguns magníficos momentos (não falta nenhuma sílaba), chauvinista e com um terrível complexo de 2ª cidade.
Há cidades assim, note, e não deixam de ser interessantes: Lyon, por exemplo. Outras são horríveis: Lausanne. (Não falo do Porto porque não quero que v. perca leitores).
Mas gosto da maneira como você olha para a cidade - essa atenção aos pormenores, às cores e formas; a ausência de pessoas - dir-se-ia que para si a cidade é feita de pedras e objectos (o que não é necessariamente uma crítica negativa, repare).
Antigamente ia muito a Barcelona. Um dia pus-me à procura de um bar de jazz, percorri a cidade toda - não é uma hipérbole - e não encontrei. Nunca mais a consegui olhar com os mesmos olhos.
Felizmente este blogue não é orientado por sondagens! Gostei de estar em Barcelona, não tenho muito essa opinião mas baseio-me só no princípio que se não encontrei foi por falta minha, não da cidade, pelo menos esta. Não procurei jazz, admito, e sou movida a literatura, muitas vezes. Nesse aspecto, julgo que há mais momentos do que os tradicionalmente considerados, um deles é o tempo presente. Mas ainda estou a catalogar mentalmente o pouco que vi. Saudações!
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