..."colectânea de micro-contos que sabotavam de várias formas as convenções ficcionais, quase sempre recorrendo à ironia, ao sarcasmo e ao absurdo, através de pequenos jogos narrativos cheios de paradoxos e brincadeiras meta-literárias. A escrita revelava uma precisão cirúrgica: efeito máximo com o mínimo de palavras; o rigor verbal do poeta aliado à capacidade de síntese do aforista.", o Bibliotecário de Babel sobre Rui Manuel Amaral. e continua manifestando desejo de ampliação: "mas fica a sensação de que RMA se limita a explorar um formato que já domina bastante bem, arriscando menos do que seria talvez exigível a quem elevou tanto as expectativas com a qualidade do primeiro livro.".
como se é apanhado pelo engano, subimos uma escada de Escher no início de cada conto, também se é apanhado pela armadilha própria da prosa curta. ela não quer crescer, ela vive precisamente do final abrupto e esse corte causa sintomas de abstinência. quer-se mais, quer-se outro cigarro. se as construções de Rui Manuel Amaral crescerem serão outra coisa (será legítimo pedir a um soneto que tenha mais versos?).
estes contos crescem para dentro. em cada um se podem ver outros lugares literários, imagens de outros livros ou pontos na história. as referências nunca são referências honestas com nota de rodapé legítima, mas labirinto de espelhos que se serve do coloquialismo para mais confundir as muitas paternidades. tenho gostado de viajar nestes espaços e recordar autores que há muito não encontrava.
(é que ainda vou a meio da leitura)
light gazing, ışığa bakmak
Monday, July 18, 2011
"My work is a game, a very serious game." diz-se que disse Escher
Publicado por Ana V. às 11:31 AM
TAGS Rui Manuel Amaral
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