light gazing, ışığa bakmak
Wednesday, October 5, 2011
no palácio
sem máquina nem tempo para reduzir os vermelhos, mesmo assim para lembrar os fantásticos painéis de Almada Negreiros num dos salões do palácio de Belém. tantas residências de estado são opulentas e magníficas, douradas, enormes casas fortes repletas de sinais de poder ou pujança, o que mais gostei de ver no nosso palácio de Belém, residência do presidente desta República à beira-mar foi a ausência de tudo isso. o edifício não é grande e as salas que nos habituámos a ver nos noticiários são pequenas e menos majestosas do que qualquer outro palácio de Lisboa ou arredores. tantas habitações deste país são mais prósperas e exibicionistas do que este posto de vigia sobre o Tejo, com a vizinhança amena dos antigos coches reais, do mosteiro e dos pastéis, dos monumentos à aventura marítima, uma varanda enorme sobre o rio largo e luminoso. dentro do palácio gostei de ver arte portuguesa em todas as paredes, os painéis magníficos de Almada cuja caravela não é mais do que nós como povo neste dia presente, a galeria de Paula Rego, artista generosa com o seu país de onde saiu exilada. a presidência é um lugar de visita com exposições do que somos e do que fomos antes, alguns tesouros das nossas viagens pelo mundo em exposição. no dia em que há 101 anos é suposto terem-se perdido os privilégios familiares, gostei de ser ninguém e mais uma no magote de gente que percorreu os jardins, ouviu bandas e concertos a comer pastéis de belém e a beber limonada. o presidente esteve lá toda a tarde, no meio da multidão, e foi bom anfitrião. ('pai, fui ao palácio do presidente!')
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