light gazing, ışığa bakmak

Sunday, October 30, 2011

Tintin


é preciso começar aqui: o momento em que surge o Licorne, nas vagas de um oceano revolto (que se transforma a partir das areias do deserto) é um dos momentos mais espectaculares que vi do mar e de embarcações seja através de que meio, imagens escritas,desenhadas, em movimento, pintadas ou até sonoras. se bem que o navio de Haddock, ferrugento e labiríntico, é já um prazer marítimo indescritível.

Awesome, mom! o que pode ser dito deste filme, de um modo objectivo, está dito aqui. é verdade que deste lado se confundem linguagens do mesmo modo que eu própria confundi, no que foi mais um dos vários choques culturais que sofri na vida, verificar que apesar de pensar que o ocidente era todo o mesmo, o outro lado do Atlântico está à mesma distância cultural da Europa que o Sudoeste asiático. Quem não cresceu com o Tintim, os cromos, os livros, as séries da televisão? Spielberg traduziu a linguagem europeia de há algumas décadas para a linguagem norte-americana de hoje. Desejar que ele fale com uma língua que não é sua e que esteja num contexto que não é seu é uma impossibilidade (como o crítico do Expresso que dá uma estrela a este filme). Estes são dois Tintins, duas realidades com contextos diferentes, um pouco como a discussão papel vs. electrónico, em que se assumem visões dramáticas e apocalípticas do mundo, desfasadas da realidade. Felizmente, tudo subsiste e convive, tudo se altera ao mesmo tempo-

um blogue para ir seguindo o destino desta trilogia anunciada, que se compara já, em $$ - afinal o que interessa para a indústria, a Avatar. não duvido que serei espectadora dos filmes que se seguem. aliás, e pelo duplo álibi-condenação 'mãe', não devo ter perdido muitos filmes dos que vão surgindo, seja de onde for, para crianças. Em geral, representam o melhor que é possível fazer com a incrível tecnologia de hoje e são ironicamente mais sofisticados e subtis do que os seus primos destinados a adultos. os blockbusters parecem feitos para quem sofra de paralisia das células pensantes, enfim...

era capaz de voltar à sala de cinema para ver outra vez a imagem daquele Licorne surgir das vagas. mas por enquanto, relembramos os livros (it's a comic book, like batman. sim, mas não é um herói daqui -aponto o músculo do braço, é um herói daqui , e aponto a cabeça. acho que não foi mal dito.)


2 comments:

ana said...

vai lá ao meu cantinho ver o o que linkei sobre o filme

Ana V. said...

:)

 
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