espera-se um ano e chegou finalmente a segunda parte de uma longa história, a natureza-morta na Europa até meados do séc. XX. um conjunto de obras que dificilmente conseguimos ver no nosso país, a justificar a longa fila para se entrar hoje, Domingo, gratuitamente. a Gulbenkian a ser, de novo e sempre, o nosso ministério da cultura. (aqui, o desdobrável que acompanha a exposição)
ali reencontrei amores, mais que tudo Giorgio Morandi e os seus objectos voláteis. e amores novos: o prato de cebolas de Van Gogh, com uma história sangrenta. ou Chaim Soutine, entre a carne de Rembrandt e a de F. Bacon. ---Matisse.
As próprias coisas: o choque da fotografia
O desenvolvimento da natureza‑morta na modernidade teve lugar a par com a circulação generalizada de fotografias e (posteriormente) com a invenção do cinema. A fixação de imagens, que surgira graças a instrumentos científicos populares como a camera obscura, aconteceu sensivelmente ao mesmo tempo em França e no Reino Unido por volta de 1839. As primeiras técnicas eram extremamente complexas e dispendiosas, mas a tecnologia iria conhecer rápidos progressos durante o século xix. A fotografia revelava o mundo da aparência natural de um modo completamente novo.
A qualidade estática da natureza‑morta era o meio perfeito para as primeiras experiências, ainda que vistas de edifícios, paisagens e retratos também constituíssem temas muito importantes. Este núcleo inclui algumas fotografias de naturezas‑mortas que remontam aos primórdios desta técnica da autoria de fotógrafos amadores e profissionais, franceses e alemães. A exposição põe em destaque o encontro entre a representação vigorosa de uvas numa videira, da autoria de Courbet (cat. 70) e uma fotografia de um cacho de uvas executada por Aubry, apenas alguns anos antes (cat. 69). O choque entre pintura e fotografia recorda, de forma um tanto irónica, a famosa história de Plínio, o Velho, sobre a representação mimética de um cacho de uvas numa competição entre os pintores Zêuxis e Parrásio.
texto do folheto. (com fotografia de Charles Aubry e óleo sobre tela de Gustave Courbet: uvas)
e para além disto, as notas de Alexandre Pomar:
- Presença da pintura (enquanto aguardava para entrar, pensei: presença e perspectiva são mundos diferentes, porquê a tradução?)
- Natureza-morta depois de 1955
- Natureza-morta: a falta de Giacometti
- António Lopez - naturezas-mortas contemporâneas
- Século das vanguardas?
- Pintura de observação
- 25 mil
Eduardo Paolozzi, Oil Lamp (1947)
(ainda sobre Morandi, o NY Times sobre uma retrospectiva no Metropolitan Museum of Art)
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