finalmente acabo Dublinesca com a ressureição do autor que afinal nunca tinha estado mesmo morto (um cristo). uma construção em torno do claro "Dublinesque" de Philip Larkin (que assim fica para sempre ligado -e sem querer- a outra coisa. a ele, sim, ficava bem o funeral de uma prostituta, all love, all beauty), o cortejo funerário de uma prostituta que Vila-Matas quer tornar na puta literatura. -nem penso que a literatura seja uma mulher, se tanto uns quinze por cento do seu sangue literário, e muito menos puta (os editores sim, os entertainers queriam-ser-literários, os tops e tais).
Dublinesque
Philip Larkin
Down stucco sidestreets,
Where light is pewter
And afternoon mist
Brings lights on in shops
Above race-guides and rosaries,
A funeral passes.
The hearse is ahead,
But after there follows
A troop of streetwalkers
In wide flowered hats,
Leg-of-mutton sleeves,
And ankle-length dresses.
There is an air of great friendliness,
As if they were honouring
One they were fond of;
Some caper a few steps,
Skirts held skilfully
(Someone claps time),
And of great sadness also.
As they wend away
A voice is heard singing
Of Kitty, or Katy,
As if the name meant once
All love, all beauty.
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é uma estética da apropriação e do esforço que se desenrola pós-modernisticamente a partir de fichas de leitura à maneira da Tese de Eco que tivemos todos de engolir no início dos estudos literários, e as únicas fichas de que gosto, para além das insanas miniaturas de Walser, são as de Nabokov.
para os críticos literários é um sonho, há para dar e vender, para os escritores criativos um pesadelo pois copiar aquilo deve dar uma trabalheira.
aqui, umas linhas do primeiro Canto de Pale Fire, uma das mais belas obras.
(vs. o coração da estética)
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