light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, January 10, 2012

"Quem era M'Intosh?"

desde Lobo Antunes que não demorava tanto num livro, uma espécie de subida dos degraus do senhor do monte, seja que monte for.

aqui sobre Mackintosh, o homem da gabardine no Ulysses. o rosto do autor e a cara de deus.

"Existem as mais variadas interpretações. (...) Depois de ter lido as opiniões de tantos investigadores, Nabokov deduziu que a chave do enigma do desconhecido se encontrava no capítulo quatro da segunda parte de Ulysses, na cena da biblioteca. Aí, Stephen Dedalus está a falar de Shakespeare e defende que este se inclui a si mesmo nas suas obras. Muito tenso, Stephen diz que Shakespeare «ocultou o seu próprio nome, um nome belo, William, nas suas obras: é um comparsa aqui, acolá, assim como o pintor da velha Itália colocava o seu rosto num canto escuro da sua tela.»

É isso o que, segundo Nabokov, Joyce pode ser feito no Ulysses: colocar o seu rosto num canto escuro da sua tela. O homem da mackintosh que atravessa o sonho do livro não é outro senão o próprio autor. Bloom chega a ver o seu criador! (...)

[movimento de olhar, nota minha]
Durante um bocado, à janela, ocupa-se a observar o que se passa quando não se passa nada. Quando abandona a vista geral de Barcelona e baixa os olhos para se centrar no que acontece lá em baixo na sua rua, dá-se conta que avança por ela um homem com um sobretudo Burberry cinzento (...) "
Vila-Matas em Dublinesca.

uma prática antiga da pintura [que poderia ter sido Michelangelo, uma notícia de 2009 (durante a escrita de Dublinesca), ou qualquer outro.] e do cinema.

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