desde Lobo Antunes que não demorava tanto num livro, uma espécie de subida dos degraus do senhor do monte, seja que monte for.
aqui sobre Mackintosh, o homem da gabardine no Ulysses. o rosto do autor e a cara de deus.
"Existem as mais variadas interpretações. (...) Depois de ter lido as opiniões de tantos investigadores, Nabokov deduziu que a chave do enigma do desconhecido se encontrava no capítulo quatro da segunda parte de Ulysses, na cena da biblioteca. Aí, Stephen Dedalus está a falar de Shakespeare e defende que este se inclui a si mesmo nas suas obras. Muito tenso, Stephen diz que Shakespeare «ocultou o seu próprio nome, um nome belo, William, nas suas obras: é um comparsa aqui, acolá, assim como o pintor da velha Itália colocava o seu rosto num canto escuro da sua tela.»
É isso o que, segundo Nabokov, Joyce pode ser feito no Ulysses: colocar o seu rosto num canto escuro da sua tela. O homem da mackintosh que atravessa o sonho do livro não é outro senão o próprio autor. Bloom chega a ver o seu criador! (...)
[movimento de olhar, nota minha]
Durante um bocado, à janela, ocupa-se a observar o que se passa quando não se passa nada. Quando abandona a vista geral de Barcelona e baixa os olhos para se centrar no que acontece lá em baixo na sua rua, dá-se conta que avança por ela um homem com um sobretudo Burberry cinzento (...) "
Vila-Matas em Dublinesca.
uma prática antiga da pintura [que poderia ter sido Michelangelo, uma notícia de 2009 (durante a escrita de Dublinesca), ou qualquer outro.] e do cinema.
light gazing, ışığa bakmak
Tuesday, January 10, 2012
"Quem era M'Intosh?"
Publicado por Ana V. às 12:55 PM
TAGS James Joyce, lit e arte, Nabokov, Vila-Matas
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