"- Eh! Pelágia! - chamou a dona da casa, dirigindo-se a uma garota duns onze anos, que esperava perto do patamar, mal-enjorcada num vestido grosseiro que lhe deixava à mostra as pernas nuas, tão cobertas de lama que dir-se-ia usar botas. - Pelágia, vai ensinar o caminho a este senhor.
Selifane ajudou a garota a subir. Ela pôs primeiro o pé no estribo, enlameando-o todo, e depois trepou para a boleia, sentando-se ao lado do cocheiro. (...)
Por fim, a rapariga, estendendo um braço, apontou na direcção dum edifício que se divisava ao longe e gritou:
- Lá está a estrada principal!
- E aquela casa? - inquiriu Selifane.
- É uma estalagem - respondeu a pequena.
- Bem, então podes voltar para trás, já não nos enganamos no caminho.
Refreou os cavalos, parou, e enquanto ajudava a garota a descer, ia resmungando entre dentes: «Que rapariga tão porca!»
Chichikov deu-lhe uma moeda de cobre e ela regressou a casa a correr, muito feliz por ter andado de carruagem."
Gogol em Almas Mortas.
light gazing, ışığa bakmak
Tuesday, February 14, 2012
Pelágia (palavras que valem x imagens)
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