"À entrada do grande fiorde de Aysén, El Colono reduz a velocidade para realizar a viragem de quarenta e cinco graus que lhe permitirá penetrar na Patagónia. A navegação torna-se então muito lenta, quase monótona, como os gestos dos camionistas que viajam no transbordador, homens que matam o tempo jogando jogos de dominó, tomando chá-mate amargo ou barbeando-se diante dos espelhos retrovisores dos seus veículos. Outros, os que não jogam nem se asseiam, verificam se a carga dos camiões continua bem colocada, se os sacos de alho, batatas, cebolas, legumes, e tudo o que não cresce nem floresce nem se fabrica na imensa região para onde se dirigem, continuam seguros nas costas dos camiões, que descansam como animais adormecidos no ventre de uma baleia rubra e branca."
Sepúlveda em Patagonia Express.
parei em rubra, palavra para mim colada a Rosa Branca, Rosa Rubra, dos Grimm e que me traz imediatamente à cabeça uma das ilustrações daquele conto. já antes tinha parado em transbordador, a palavra (imagino) chilena para o nosso aportuguesado ferry. não ter sido traduzida, neste caso, deu-me alguma coisa. na Naviera Austral, aquela palavra com sangue dentro foi substituída já pelo internacional ferry. bom para o direito marítimo, mau para a literatura.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, March 5, 2012
Aysén
Publicado por Ana V. às 8:32 AM
TAGS Luis Sepúlveda, Stuff
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