light gazing, ışığa bakmak

Thursday, April 19, 2012

no Chile

No Chile pelas palavras de García Márquez com La aventura de Miguel Littín, Clandestino en Chile.
(em espanhol para ler em .pdf, aqui)
Achei familiar o sentimento de voltar depois de doze anos de exílio e desiludir-se com as ruas por reflectirem a ditadura: onde Miguel Littín queria ver pobreza, sujidade, miséria, marcas da ditadura (afinal como se vê em Cuba), viu avenidas iluminadas e uma cidade limpa e calma. Embora totalmente diverso, talvez me recorde o pós-vinte e cinco de Abril quando se esperava que o mundo de repente tivesse novas cores, que as ruas fossem mais belas, os dias mais solarengos, os cheiros mais intensos. o mundo tinha mudado na cabeça de uma nação que esperava ver essa mudança reflectida por todo o lado. Mas como escrevia Crane, o oceano era alheio ao sofrimento dos náufragos. Ou, em alternativa, essa familiaridade pode ter a ver com as expectativas de alguém sobre a imagem de uma cidade que vive sob uma ditadura. Pensa-se na imagem (imagem do imaginário colectivo ) das várias ditaduras: a Berlim cinzenta e os edifícios monumentais, como a Polónia, a miséria colorida em Cuba, a limpeza da Coreia do Norte, a aparente normalidade de Myanmar, a prosperidade exuberante de Angola.

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