O que paira em todo o filme é a parecença incomum do médico com o autor do Primeira Avenida.
Ultrapassando a coincidência, há, tal como na Separação, a assunção enunciada pelo Procurador: na raiz de todos os problemas estão as mulheres. Depois de uma longa permanência na noite anatólia em que um comboio luminoso de três viaturas risca a paisagem, surge a luz nas mãos de uma rapariga numa das cenas marcantes desta história. No dia seguinte, a ordem que tinha sido quebrada por um assassinato é reposta, encontrado o corpo e a verdade. As coincidências fortuitas, tal como no filme iraniano, aumentam a dimensão da tragédia, mas são as mulheres, ausentes sempre e mudas, que são a sua causa e o objecto da fixação dos que governam a vida quotidiana. Supostamente por elas são cometidos os actos impuros. Apesar do fascínio de ter viajado numa das zonas mais ricas em ruínas de sociedades desaparecidas e da perfeita tecelagem das relações entre os homens, o coração da história não me move.
por Peter Bradshaw no Guardian.
no Chicago Tribune.
no The Globe and Mail.
light gazing, ışığa bakmak
Sunday, May 20, 2012
na Anatólia
Publicado por Ana V. às 8:27 PM
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