light gazing, ışığa bakmak

Friday, July 27, 2012

olympics (1) opening ceremony

anyway: coolest games opening ever.


e mais.

a sempre boa reflexão de João Lopes, quer se concorde quer não.
porque gostei: não há como fugir ao coração do evento, um evento planetário que, seja quais forem as polémicas, reúne o consenso mundial, o que é desde já uma quase impossibilidade. talvez um feito, como o feito de alguma vez ter sido feita a carta dos direitos humanos e constituída uma ideia de ONU. este tipo de eventos falou sempre através de uma linguagem do poder, a representação de ideias construtivas e politicamente significativas através de um grande número de figurantes. essas ideias têm de ser básicas e facilmente reconhecíveis e o número de figurantes o maior possível na maior sincronia fisicamente atingível, quanto maior mais reconhecido o poder de quem por eles fala. ontem des-sincronizou-se e usou-se ao invés a linguagem do cinema. a abertura dos jogos foi uma ficção assumida, também uma canção de auto-satisfação e promoção, é verdade, mas uma história sem o tique do poder. todos os meios contribuíram para esta ficção sem que tivessem sido, eles próprios, protagonistas. como seria diferente uma abertura americana! e como foi diferente esta da abertura chinesa. o nosso mundo está dominado por aquele ponto de vista massificado, o ponto de vista da abertura de Shangai. esta foi uma alternativa, sim sim simplista e egocêntrica, mas mesmo assim uma alternativa em que os principais marcos reconhecíveis não são os do poder dos estados mas os do poder da cultura e da história. gostei.


No comments:

 
Share