se bem que o goodreads,

apercebi-me, dá-me a hipótese de encontrar as pessoas que fazem os bestsellers bestsellers.

é um certo modo de estar no novo mundo, mas em Portugal é recente de uma década -ou duas-  em que se 'promove a leitura' e em que a 'leitura' é tão recomendada como comer vegetais. também é verdade que nunca se leu tanto nem se comeu tantos vegetais.

no goodreads há concursos e desafios de leitura para ver quem lê mais em menos tempo, o que é absolutamente compatível com a 'promoção da leitura' mas incompatível com o good do título.

a este movimento associo o amor aos livros-objecto: como sofá, como candeeiro, como parede, como banco, como cama.

quando devolvo os livros à biblioteca não os consigo deitar na caixa de recebimento porque teria de os atirar para o que vejo como um buraco negro. assim, deixo-os no balcão, entregue de mão em mão.

na verdade esta floresta de livros-autores-editoras-bestsellers-lançamentos é para mim uma floresta de Gretel onde receio encontrar, a qualquer momento, a casa de chocolate onde se esconde a bruxa canibal.

[porque é que as bruxas são sempre mulheres velhas, bom, isso é outra longa história]