light gazing, ışığa bakmak

Friday, September 21, 2012

there's so many things.

The Great Unreal, via Heidi, and how it blows my socks off, se as tivesse. de todas as maneiras a começar pelo grandioso título que me obriga instantaneamente a listar todos os great qualquer coisa que se relacionam com a América do mito, a começar pela Great Falls de Ford [quote a procurar mais tarde porque se me ficou na cabeça é porque é um fio de uma meada]. para recordar: eles são Taiyo Onorato e  Nico Krebs.



depois, o texto de Isabel Nogueira sobre os retratos de Rineke Dijkstra. outro título memorável para uma fazedora de imagens favorita, à lupa do gosto sem mácula de Isabel.


'Os retratos de Rineke Dijkstra ou a ressaca do êxtase' In 'Procurar Portugal 1994-2006.
Candida Höfer, Hannah Collins, Rineke Dijkstra'.
Centro de Artes Visuais/Museu Municipal de Faro, 2007, p. 106-111.

 A par de Candida Höfer e de Hannah Collins, Rineke Dijkstra (n. 1959), fotógrafa holandesa que vive e trabalha em Amesterdão e Nova Iorque, premiada entre outros, com o The Citibank Private Bank Photography Prize (Villa Arson, Nice, 1998), marca a sua presença na exposição Procurar Portugal 1994-2006 – ou, se preferirmos, a busca de uma identidade na dialéctica das suas contradições –, produzida pelo Centro de Artes Visuais/Encontros de Fotografia de Coimbra, com um núcleo de quatro fotografias representativas de forcados de Montemor-o-Novo, Vila Franca de Xira e Fonte da Casa, captadas em 1994.

 Segundo a fotógrafa, tudo terá começado aquando de uma visita com os seus alunos da Gerrit Rietveld Akademie – instituição onde também foi estudante entre 1981 e 1986 –, em 1993, a Lisboa e a Vila Franca de Xira, tendo sido surpreendidos, num domingo, por um agrupamento de forcados que, ensanguentados e cansados, abandonavam a arena após a pega do touro. Dijkstra terá aproveitado de imediato o momento para lhes tirar algumas polaróides, as quais, devido ao interesse que lhe suscitaram, a fariam regressar uma outra vez, agora munida de uma máquina fotográfica de 4x5 polegadas colocada sobre um tripé, disposta a observar, a preparar cuidadosamente o momento e a aguardar aquele instante certeiro do disparo, fixando na imagem a volta de uma situação limite.

 O trabalho de Rineke Dijkstra desenvolve-se essencialmente em torno do retrato, ou do corpo colocado em situação, isto é, frontal, clássico, recortado sob um fundo, situação de revelação do olhar, das emoções, de exposição e de consequente vulnerabilidade e, por conseguinte e também, de desafio e de poder. Nesta senda, uma das séries fotográficas que mais se destaca na obra da artista é a dos retratos tirados em diversas praias europeias e norte-americanas – Beach Portraits, 1992-1996, expostos em 2004 na ABN AMRO Plaza, LaSalle Bank, Chicago – a crianças e adolescentes em fato de banho, olhando-nos fixamente, denunciando a vulnerabilidade de quem está de pé, em espera, e sem nenhum objecto para entreter as mãos, com o céu e o mar como cenário, numa magnífica luminosidade e colorido de ambiência pictural. Uma espécie de suspensão do olhar e da memória interpretativa de expressões e de gestos de quem ainda está em crescimento e maturação.

 Um outro agrupamento fotográfico notável e coeso de Rineke Diana Pimenteljkstra é o inicialmente intitulado com o binómio Cruel and Tender: The Real in the Twentieth-Century Photograph, exibido em 2003 na Tate Modern, Londres – que mostra, por um lado, três fotografias de mulheres nuas e ainda disformes, que acabaram de dar à luz, colocando-se em pé, com o recém-nascido nos braços, numa atitude autoconsciente, maternal e feminina de pós-esforço/pós-parto. Trata-se do corpo que não tem receio de não camuflar a sua condição de matéria, residindo neste pressuposto a sua inquestionável beleza e mesmo auralidade. Por outro lado, em conjunto com esta série, e fotografados sensivelmente na mesma época, surge o contraponto dado por quatro fotografias – três delas as mesmas que encontramos na presente exposição – representando forcados: masculinos, viris, vestidos mas desalinhados, ensanguentados, retratados a meio-corpo, audazes, talvez inconsequentes, numa situação de pós-luta/pós-aventura.

 No que respeita a estas duas séries de imagens, possivelmente a questão mais interessante sobre a qual nos podemos debruçar terá que ver com a procura de um instante de transição e de ressaca, posterior a uma situação extrema, intensa e perigosa, seja ela o acto de dar à luz ou o de lidar o animal na arena – a “pega de cara” –, sem mediação do cavalo, do capote ou das bandarilhas. Talvez seja esta a única situação, se é que existe alguma, de luta de igual para igual na lide, apesar de neste momento o touro já se encontrar extenuado, febril e confuso. No caso dos forcados, Rineke Dijkstra, fixa o momento em que eles regressam, um a um, desse confronto, também ele por si só envolto em ritual, tradição, violência, estética e encenação. Os retratados e a fotógrafa esperam que consigamos vislumbrar o que não nos foi dado a ver, abrindo as portas do imaginário. E é depois de um estado de alerta e de tensão máximas que os olhares destes indivíduos se nos apresentam vagos, incertos e de certo modo deslocados do rosto e do corpo que habitam. Desaparece o medo e o esforço, portanto, desfaz-se o estado de alerta. Neste momento, é esta a condição da sua existência.

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o texto é dela e espero que não seja des-usado por ninguém.

depois-  a minha incrível admiração pela escola em que anda o meu filho e que, de todas as opções que pode tomar, muito poucas ou quase nenhumas caem na pasta 'erro'. o meu querido medalha de ouro.

hoje será dia de passar em Belém, onde desta vez não poderei estar. pudesse e lá estaria de novo, testemunha do despertar de um povo renovado e com uma identidade inconfundível. somos nós, pertencemos a isto e, passe o cliché, orgulho-me disto que somos hoje. (afinal não era só o futebol, malta jornalística que andou enganada durante uns tempos. e também não era só a tvi e as novelas foleiras. desenganem-se). se as pinturas murais da revolução (hoje cuidadosamente removidas e retiradas da vista) foram um património marcante, hoje são os vários cartazes e folhas de chamada às ruas. entre uns e outros vê-se bem o que mudámos em poucas décadas.






as imagens deixaram de ser literais, por um lado, e feitas à mão, por outro. brinca-se livremente com símbolos, o sentido de humor e do insólito é parte de quase todas as chamadas. o terceiro destes cartazes é  um tipo de mensagem em vias de extinção (espectável, dentro dos parâmetros de uma linguagem mais antiga). as cores escolhida para esta 'revolução do amor' são o azul e o verde.

o Sérgio Chicau e a Adriana Xavier: [está bem pec, é lindo]:
Ali estávamos nós em plena Av. da Republica com aquele oceano de gente pela frente ...já tinham sido arremessados tomates, garrafas de vidro, petardos que nos rebentavam aos pés e deixavam os ouvidos a zumbir, mas o sentimento permanecia ...apesar de haver arruaceiros, e instigadores de violência entre o POVO, tínhamos que permanecer calmos e realizar a tarefa que nos tinha sido incumbida. No entanto, e apesar de estar ali como agente do Corpo de Intervenção, também sinto na pele as decisões do governo, pois também sou atingido por essas decisões e medidas! E o momento em que isso se manifestou foi quando a Adriana se aproximou de mim e me perguntou porque ali estávamos, tendo eu respondido que era a nossa função, que apesar de aceitar e concordar que as pessoas se manifestem, tinha que trabalhar! Ela perguntou-me então se não tinha vontade de me juntar à multidão e manifestar-me livremente, e a minha reacção foi olhar para ela com uma ar de que assume: “sim, estou convosco no sentido da manifestação e sou parte do seu sentido” e olhei em frente para a multidão! Momentos depois ela voltou e simplesmente abraçou-me ..nesse momento fiquei estático, sabia que tinha que reagir o mais serenamente possível porque o meu estado de espirito e a situação assim o exigiam! E apenas dois segundos passaram quando lhe disse “já chega”, tendo eu recuado ligeiramente!

dia 18 Setembro de 2012 no fb:
Sergio Chicau: Dispensava tanto protagonismo ...mas já que fizeste questão de o trazer até mim espero que sirva para mudar algumas mentalidades e mostrar às pessoas que esta também é a nossa luta! desta vez mando-te eu um abraço! :) 

Adriana Xavier: eheheh encontrou-me!!! n sei porque calhou a si mas é mesmo assim a vida. Prazer Sergio :) 

Adriana Xavier: tambem n queria nada disto mas já demos juntos a volta ao mundo num abraço.

(Saramago, estás cá não estando...)



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ainda para ver, mas fora do âmbito revolucionário: este jornal.

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foi o mês do pêssego e ainda não acabou. para sábado experimenta-se este fruto de caroço no forno com açúcar amarelo, canela, não sei se porto ou madeira ou apenas calda. a ver. foi o cheesecake (poético!) com molho de pêssego com menta que, penso, deve ser alterado: servido absolutamente fresco, acrescentar açúcar branco, um pouco de sumo de lima ou limão, a testar. e o bolo de mel com nectarinas. não sei se acabo já ou se continuo esta meada. talvez continue.

leitura do serão anterior: tirando as do costume e os trabalhos de casa, a culinária da Grécia, de salivar. de resto, será uma opção para o viajar para fora cá dentro porque se acabou o dinheiro para apanhar o avião. não haverá mal que sempre dure e se durar, enquanto se está vivo, há sempre esperança de se vir a estar melhor. somos humanos, vivemos fundados em irrealidades.

e um novo blogue a seguir, o da Cláudia. amável, lindo, leve, delicioso e, em resumo, a mostrar generosamente o que a vida tem de melhor.cinco estrelas ou um firmamento inteiro para ela.

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