The Great Unreal, via Heidi, and how it blows my socks off, se as tivesse. de todas as maneiras a começar pelo grandioso título que me obriga instantaneamente a listar todos os great qualquer coisa que se relacionam com a América do mito, a começar pela Great Falls de Ford [quote a procurar mais tarde porque se me ficou na cabeça é porque é um fio de uma meada]. para recordar: eles são Taiyo Onorato e Nico Krebs.
depois, o texto de Isabel Nogueira sobre os retratos de Rineke Dijkstra. outro título memorável para uma fazedora de imagens favorita, à lupa do gosto sem mácula de Isabel.
'Os retratos de Rineke Dijkstra ou a ressaca do êxtase' In 'Procurar Portugal 1994-2006.
Candida Höfer, Hannah Collins, Rineke Dijkstra'.
Centro de Artes Visuais/Museu Municipal de Faro, 2007, p. 106-111.
A par de Candida Höfer e de Hannah Collins, Rineke Dijkstra (n. 1959), fotógrafa holandesa que vive e trabalha em Amesterdão e Nova Iorque, premiada entre outros, com o The Citibank Private Bank Photography Prize (Villa Arson, Nice, 1998), marca a sua presença na exposição Procurar Portugal 1994-2006 – ou, se preferirmos, a busca de uma identidade na dialéctica das suas contradições –, produzida pelo Centro de Artes Visuais/Encontros de Fotografia de Coimbra, com um núcleo de quatro fotografias representativas de forcados de Montemor-o-Novo, Vila Franca de Xira e Fonte da Casa, captadas em 1994.
Segundo a fotógrafa, tudo terá começado aquando de uma visita com os seus alunos da Gerrit Rietveld Akademie – instituição onde também foi estudante entre 1981 e 1986 –, em 1993, a Lisboa e a Vila Franca de Xira, tendo sido surpreendidos, num domingo, por um agrupamento de forcados que, ensanguentados e cansados, abandonavam a arena após a pega do touro. Dijkstra terá aproveitado de imediato o momento para lhes tirar algumas polaróides, as quais, devido ao interesse que lhe suscitaram, a fariam regressar uma outra vez, agora munida de uma máquina fotográfica de 4x5 polegadas colocada sobre um tripé, disposta a observar, a preparar cuidadosamente o momento e a aguardar aquele instante certeiro do disparo, fixando na imagem a volta de uma situação limite.
O trabalho de Rineke Dijkstra desenvolve-se essencialmente em torno do retrato, ou do corpo colocado em situação, isto é, frontal, clássico, recortado sob um fundo, situação de revelação do olhar, das emoções, de exposição e de consequente vulnerabilidade e, por conseguinte e também, de desafio e de poder. Nesta senda, uma das séries fotográficas que mais se destaca na obra da artista é a dos retratos tirados em diversas praias europeias e norte-americanas – Beach Portraits, 1992-1996, expostos em 2004 na ABN AMRO Plaza, LaSalle Bank, Chicago – a crianças e adolescentes em fato de banho, olhando-nos fixamente, denunciando a vulnerabilidade de quem está de pé, em espera, e sem nenhum objecto para entreter as mãos, com o céu e o mar como cenário, numa magnífica luminosidade e colorido de ambiência pictural. Uma espécie de suspensão do olhar e da memória interpretativa de expressões e de gestos de quem ainda está em crescimento e maturação.
Um outro agrupamento fotográfico notável e coeso de Rineke Diana Pimenteljkstra é o inicialmente intitulado com o binómio Cruel and Tender: The Real in the Twentieth-Century Photograph, exibido em 2003 na Tate Modern, Londres – que mostra, por um lado, três fotografias de mulheres nuas e ainda disformes, que acabaram de dar à luz, colocando-se em pé, com o recém-nascido nos braços, numa atitude autoconsciente, maternal e feminina de pós-esforço/pós-parto. Trata-se do corpo que não tem receio de não camuflar a sua condição de matéria, residindo neste pressuposto a sua inquestionável beleza e mesmo auralidade. Por outro lado, em conjunto com esta série, e fotografados sensivelmente na mesma época, surge o contraponto dado por quatro fotografias – três delas as mesmas que encontramos na presente exposição – representando forcados: masculinos, viris, vestidos mas desalinhados, ensanguentados, retratados a meio-corpo, audazes, talvez inconsequentes, numa situação de pós-luta/pós-aventura.
No que respeita a estas duas séries de imagens, possivelmente a questão mais interessante sobre a qual nos podemos debruçar terá que ver com a procura de um instante de transição e de ressaca, posterior a uma situação extrema, intensa e perigosa, seja ela o acto de dar à luz ou o de lidar o animal na arena – a “pega de cara” –, sem mediação do cavalo, do capote ou das bandarilhas. Talvez seja esta a única situação, se é que existe alguma, de luta de igual para igual na lide, apesar de neste momento o touro já se encontrar extenuado, febril e confuso. No caso dos forcados, Rineke Dijkstra, fixa o momento em que eles regressam, um a um, desse confronto, também ele por si só envolto em ritual, tradição, violência, estética e encenação. Os retratados e a fotógrafa esperam que consigamos vislumbrar o que não nos foi dado a ver, abrindo as portas do imaginário. E é depois de um estado de alerta e de tensão máximas que os olhares destes indivíduos se nos apresentam vagos, incertos e de certo modo deslocados do rosto e do corpo que habitam. Desaparece o medo e o esforço, portanto, desfaz-se o estado de alerta. Neste momento, é esta a condição da sua existência.
- -
o texto é dela e espero que não seja des-usado por ninguém.
depois- a minha incrível admiração pela escola em que anda o meu filho e que, de todas as opções que pode tomar, muito poucas ou quase nenhumas caem na pasta 'erro'. o meu querido medalha de ouro.
hoje será dia de passar em Belém, onde desta vez não poderei estar. pudesse e lá estaria de novo, testemunha do despertar de um povo renovado e com uma identidade inconfundível. somos nós, pertencemos a isto e, passe o cliché, orgulho-me disto que somos hoje. (afinal não era só o futebol, malta jornalística que andou enganada durante uns tempos. e também não era só a tvi e as novelas foleiras. desenganem-se). se as pinturas murais da revolução (hoje cuidadosamente removidas e retiradas da vista) foram um património marcante, hoje são os vários cartazes e folhas de chamada às ruas. entre uns e outros vê-se bem o que mudámos em poucas décadas.
as imagens deixaram de ser literais, por um lado, e feitas à mão, por outro. brinca-se livremente com símbolos, o sentido de humor e do insólito é parte de quase todas as chamadas. o terceiro destes cartazes é um tipo de mensagem em vias de extinção (espectável, dentro dos parâmetros de uma linguagem mais antiga). as cores escolhida para esta 'revolução do amor' são o azul e o verde.
o Sérgio Chicau e a Adriana Xavier: [está bem pec, é lindo]:
Ali estávamos nós em plena Av. da Republica com aquele oceano de gente pela frente ...já tinham sido arremessados tomates, garrafas de vidro, petardos que nos rebentavam aos pés e deixavam os ouvidos a zumbir, mas o sentimento permanecia ...apesar de haver arruaceiros, e instigadores de violência entre o POVO, tínhamos que permanecer calmos e realizar a tarefa que nos tinha sido incumbida. No entanto, e apesar de estar ali como agente do Corpo de Intervenção, também sinto na pele as decisões do governo, pois também sou atingido por essas decisões e medidas! E o momento em que isso se manifestou foi quando a Adriana se aproximou de mim e me perguntou porque ali estávamos, tendo eu respondido que era a nossa função, que apesar de aceitar e concordar que as pessoas se manifestem, tinha que trabalhar! Ela perguntou-me então se não tinha vontade de me juntar à multidão e manifestar-me livremente, e a minha reacção foi olhar para ela com uma ar de que assume: “sim, estou convosco no sentido da manifestação e sou parte do seu sentido” e olhei em frente para a multidão! Momentos depois ela voltou e simplesmente abraçou-me ..nesse momento fiquei estático, sabia que tinha que reagir o mais serenamente possível porque o meu estado de espirito e a situação assim o exigiam! E apenas dois segundos passaram quando lhe disse “já chega”, tendo eu recuado ligeiramente!
dia 18 Setembro de 2012 no fb:
Sergio Chicau: Dispensava tanto protagonismo ...mas já que fizeste questão de o trazer até mim espero que sirva para mudar algumas mentalidades e mostrar às pessoas que esta também é a nossa luta! desta vez mando-te eu um abraço! :)
Adriana Xavier: eheheh encontrou-me!!! n sei porque calhou a si mas é mesmo assim a vida. Prazer Sergio :)
Adriana Xavier: tambem n queria nada disto mas já demos juntos a volta ao mundo num abraço.
(Saramago, estás cá não estando...)
- - -
ainda para ver, mas fora do âmbito revolucionário: este jornal.
- -
foi o mês do pêssego e ainda não acabou. para sábado experimenta-se este fruto de caroço no forno com açúcar amarelo, canela, não sei se porto ou madeira ou apenas calda. a ver. foi o cheesecake (poético!) com molho de pêssego com menta que, penso, deve ser alterado: servido absolutamente fresco, acrescentar açúcar branco, um pouco de sumo de lima ou limão, a testar. e o bolo de mel com nectarinas. não sei se acabo já ou se continuo esta meada. talvez continue.
leitura do serão anterior: tirando as do costume e os trabalhos de casa, a culinária da Grécia, de salivar. de resto, será uma opção para o viajar para fora cá dentro porque se acabou o dinheiro para apanhar o avião. não haverá mal que sempre dure e se durar, enquanto se está vivo, há sempre esperança de se vir a estar melhor. somos humanos, vivemos fundados em irrealidades.
e um novo blogue a seguir, o da Cláudia. amável, lindo, leve, delicioso e, em resumo, a mostrar generosamente o que a vida tem de melhor.cinco estrelas ou um firmamento inteiro para ela.
- -




No comments:
Post a Comment