light gazing, ışığa bakmak

Friday, January 4, 2013

o outro

Pamuk reescreve continuamente o mesmo livro. no início de Istambul: Memories and the City, dois dos temas recorrentes surgem como justificação da escrita e como princípio de tudo: o outro, o duplo, o do retrato, a possibilidade de si próprio; e a memória dos outros que se torna a nossa própria, a identidade (a galeria/corredor de espelhos, já agora que vi Vertigo). [também: subir ao topo do elevador de Santa Justa de depois de Vertigo torna a descida mais divertida]. diz ele: "Once imprinted in our minds, other's peoples reports of what we've done end up mattering more than we ourselves remember. And just as we learn about our lives from otherr, so too do we let others shape our understanding of the city in which we live." aqui refere as memórias da infância, mas podiam ser todas as outras. aqui também refere-se a relatos com palavras, mas igualmente poderia incluir as imagens. a memória, essa galeria de espelhos.

a possibilidade de si próprio: outro fio para tecer.

outra coisa: basta ler estas linhas para nelas reconhecer a qualidade da tradução de Maureen Freely. agora que comecei Vida Nova na Presença, nova obra novo tradutor, nova tradução feita a partir de língua incerta, me abismo com a falta de respeito da edição da obra deste autor em português. pena tenho que editores de qualidade como a Averno ou a Tinta da China ou a Cotovia não tenham tido a oportunidade de ficarem com este autor e ter sido a Presença a arrebanhar os direitos e depois fazer deles o que faz.




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