i do not want to be here.
outras questões mais insignificantes ainda- vejo o artigo sobre as colheres de pau feitas à mão que me deixa a pensar sobre a união europeia e o antes dessa união, aquilo que estamos dispostos a pagar pelo privilégio de entrar no mais exclusivo clube do mundo e, por outro lado, a utilização abusiva de ícones do passado para esconder aquilo que suponho serem as verdades do presente. quem assume que não aguentamos a verdade? quando é que este processo de engano começou? quando é que, por exemplo, se deu início a este processo de mentir de forma universal e transversal sobre todos os assunto (incluindo a carne de cavalo, que não é mais do que uma gota no oceano). e mais ainda: quando e como é que, de repente, uma mentira universal passa para as luzes dos noticiários (onde ligo as imagens anteriores). não é só o uso das imagens para a obtenção do lucro (marketing-publicidade-turismo), é a necessidade de mentir. talvez um dos casos mais interessantes seja a criação, por agentes imobiliários, do french quarter em Istambul, recriando uma rua afrancesada repleta de restaurantes e bares. nada de novo, desde Las Vegas que nada disto é novo e na china de hoje a materialização destes ideais assumidos deve ser o prato do dia.
e também- um livro tem de ser 'quotable'? o "negócio" das citações faz-me perder tempo a pensar (talvez com o café). qual a necessidade de citar -que me parece fácil, quando não há capacidade de expressão própria. mas nunca se ficaria por aqui. uma citação como a ponta de um novelo, por exemplo, que se liga a outro, a muitos outros, numa tecelagem de assuntos tal como sinapses activas (a imagem divertida da animação por computador que emite um brilho enigmático de cada vez que é suposto haver uma ligação. esta, por exemplo. )
este livro é pouco citável, pelo menos muito menos citável do que ensaios, artigos curtos, epígrafes, até notícias, poemas ou tratados. o texto é menos denso e mais fluido de narração. cada frase faz menos sentido isolada mas toma proporção no conjunto, tal como a ideia de tempo de Aristóteles que é referida: o ponto do presente oposto à linha do tempo - em digressão causada pelo relógio de pêndulo da sala ou, sempre esta possibilidade, o relógio de pêndulo colocado na sala para justificar a digressão sobre a noção aristotélica de tempo.
de certo modo julgo que se andou para trás mas não estou certa disto, entre o caleidoscópio de Kara Kitap e esta linha do tempo. fora assim simples se esta linha não tivesse sido aprisionada pelos objectos do museu.
what is a musem?
Los museos que visité en mi infancia, no solo en Estambul, sino incluso en París, adonde fui por primera vez en 1959, eran lugares desprovistos de alegría, insuflados de la atmósfera de una oficina gubernamental. En consonancia con esa misión sancionada por el Estado, y compartida por la escuela, de contarnos la "historia nacional” en la que se supone que debemos creer, estos grandes museos contenían exposiciones autoritarias de objetos diversos cuyo propósito no terminábamos de comprender, y que pertenecían a reyes, sultanes, generales y líderes religiosos cuyas vidas e historias estaban muy alejadas de las nuestras. Era imposible establecer una conexión personal con ninguno de los objetos expuestos en estas instituciones monumentales. Aun y con todo, sabíamos perfectamente lo que se suponía que debíamos sentir: respeto por lo que se conoce como “historia nacional”; miedo del poder del Estado, y una humildad que ensombrecía nuestra propia individualidad.
diz Pamuk neste artigo.
julgo que na discussão sobre 'o que é um museu' do ano passado faltou este aspecto.
aqui está, esta frase tão citável que a poderia citar mil vezes por corresponder ao que eu própria penso: "Yo creo que si los museos, como las novelas, se centraran más en historias privadas y personales, serían más capaces de extraer y mostrar nuestra humanidad colectiva."
(ver também Leyla e Mecnum, o romeu e julieta muçulmano)
este museu existia antes (insisto em Gabinete de Amador de Perec) e em todos os cabinet d'amateur que chegaram a ter proporções impressionantes, os antecessores dos museus públicos. para os conhecer online, temos a possibilidade de os visitar através das naturezas-mortas da época, como as que Lisboa viu o ano passado na Gulbenkian.
light gazing, ışığa bakmak
Thursday, February 28, 2013
motto of the day:
Publicado por
Ana V.
às
12:32 PM
TAGS lit e arte, Orhan Pamuk, Stuff
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