na ilha da Culatra: fotografia de Joachim Brohm.
e aqui. e aqui.
uma toda teoria do ver (querer ver), do realismo, do documentário.
numa sociedade recreativa e musical da Amoreira, um bairro antigo de cascais, uma americana em altos cargos dizia-me que não podia deixar a criança ali sozinha, no que lhe parecia um slum [bairro da lata]. --gostava de ter visto a minha própria cara. eu gosto da Amoreira. não lhe voltei a falar, mas reconheço que isso é um gesto inútil.
(males que vêm por bem: foi na espera nos ensaios da Amoreira que rabisquei o primeiro portão no primeiro bloco)
verdade seja dita que os americanos, até pelo seu carácter nacional, não costumam ser assim: mais depressa são apanhados pela sua inocência entusiasmada de eternos principiantes, fazendo às coisas mais estranhas um sorriso de deslumbramento fácil.
mas naquele palco, devo dizer, reúnem-se em esforço comum, e com a alegria despropositada das crianças, miúdos de todos os lados geográficos e sociais: ali apresentam os seus actos e danças as crianças filhas da comunidade internacional do concelho, ali actuam crianças dos vários bairros de cascais. o espaço deve ser dos anos setenta, mas não estou certa. é um pouco antigo e pouco confortável mas o chão é de madeira e amplo; o palco é grande e elevado, as cortinas são pesadas e grossas. penso que existe até um balcão. locais como este, espalhados por todo o país, albergam inúmeras vezes os sonhos de milhares de crianças e destas sociedades recreativas têm saído tanto artistas internacionais como meigas memórias de infância. estes lugares mostram, para além de muita outra coisa, que a coisa mais importante do mundo está longe de ser o dinheiro.
light gazing, ışığa bakmak
Tuesday, April 9, 2013
cultura visual
Publicado por
Ana V.
às
4:28 PM
TAGS color, photographers, Stuff
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