sempre que vou a badajoz é verão e é hora de almoço. desta vez só as cervejarias, tantas, restaurantes e casas de tapas estavam abertas, incluindo a 100 montaditos (só com uma loja no Porto mas milhentas por todo o lado). os toldos verdes nos prédios de tijoleira fazem com que a cidade pareça logo europeia, como as avenidas largas e os shoppings. o último, o El Faro, é um mastodonde à beira da fronteira que vai provocar o fecho de umas centenas de lojas deste lado, se algumas lojas resistiam. também em Badajoz há a palavra crise nos anúncios e se alquila nas janelas vazias de casas e lojas. numa praça fora do centro um grupo de pessoas instalaram tendas de campismo e ali estão sentadas em cadeiras dobráveis com cartazes à volta, em protesto contra os despejos. no regresso, sobre o Caia, a ponte José Saramago une com invisíveis laços duas margens desde sempre eriçadas uma contra a outra. e sempre, mas sempre, o alívio dos montes e vales alentejanos, nesta altura repletos de flores, tapetes roxos sobre o verde, um roxo senhor dos passos, tapetes brancos e amarelos, tudo verde, não há palavras que mostrem o alentejo numa primavera tardia depois de um inverno de chuva intensa. directamente em frente dos olhos de quem entra no país, o bico do edifício mais alto do forte da graça, escondido e apodrecendo aos poucos. as vilas brancas no alto de colinas. em cima as nuvens com brilho sedoso, novelos muito finos de cabelo branco.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, April 22, 2013
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