planeta da treta

(até rima) li bem ou enganaram-se: 'vagas negativas'? isto não quer dizer pôr não sei quantos no olho da rua?  como estou permanentemente em estado de enganada, também devo estar aqui. numa reunião da administração usei a expressão 'ir para a rua', até deixei o olho de fora, mas fui logo admoestada. diz-se 'dispensar'.

para alargar domínios: sarkozy vai ser 'conferencista' da goldman sachs. blair é consultor do morgan stanley e clinton idem em lugar semelhante. afinal enganei-me mais uma vez: não é o conceito de democracia que deve ser corrigido, é a sua prática. a democracia já deixou de ser o regime político em que vivemos, passou a ser outra coisa que alguém já deve ter nomeado mas que ainda não encontrei: o poder dos grupos económicos. capitalismo, seria?, que passou de um sistema económico para um sistema de poder.

cesarismo, diz Cédric Durant:

Esse cesarismo não é uma invenção da UE. Após a Segunda Guerra Mundial, algumas instituições não democráticas, entre as quais as cortes constitucionais ou os bancos centrais independentes, se tornaram cada vez mais centrais na Europa ocidental. As elites continentais da época consideravam que os totalitarismos gêmeos – nazismo e stalinismo – haviam sido produzidos pelo “excesso” de democracia, razão pela qual era necessário proteger a Europa de seu próprio descontrole. Desde sua origem, o projeto europeu se inscreve nessa lógica de manter as populações a distância. Mas a aceleração brutal desde 2009 radicalizou o processo: a união econômica e monetária tornou-se um instrumento autoritário usado para administrar as contradições econômicas e sociais produzidas pela crise.

Assim, a atualidade não opõe mais construção europeia e retorno à escala nacional – como querem fazer acreditar os grandes meios de comunicação e os intelectuais euroliberais. Opõe, sim, duas opções antagonistas: o cesarismo e a democracia.

daqui.

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pena é nós, pequeno país atlântico, não voltarmos a dar novos mundos ao mundo.