com pena, a foto não é minha mas do adam, o fruteiro no meio da fruta. e daí não sei porque o adam diz que nunca foi a Istambul. a nascer da minha frustração de tentar explicar que as mercearias são do chão até ao tecto, que as floristas estão sempre abertas, mesmo em dias feriados e de ruas desertas, que algumas pedras tumulares são altas e esguias e podem até parecer vultos à noite, que os cemitérios estão no meio das cidades e não são rodeados de altos muros, que os gatos dormem em cima de todos os livros de todas as livrarias, que as facas dos döner são assustadoras.
a realidade escapa-me às palavras e tento gesticular a fazer montes de fruta com os braços (ou de pistachios), ou onde estavam os sacos para as uvas, na dobra entre a parede e o tecto. e a realidade pode ser também pálida, mentirosa, quando dita por quem, sentado no sofá da impotência, passa relatórios da vida próxima a esticar o dedo e a dizer quem eu? eu não.
gosto mais do vermelho.
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