light gazing, ışığa bakmak
Tuesday, August 27, 2013
meaning of life (precarious position)
entre a espuma que se forma no ir e vir suave das ondas está o significado da vida.
fui para ver o outro e encontrei-o.
ao longo dos tempos muitas mulheres entraram em conventos para ficar, enclausuraram-se renunciando à vida da sociedade e das famílias. nas histórias romanescas, as freiras eram obrigadas a ir para os conventos pelo pai-padrasto como punição de um amor proibido. muitas mulheres desejam vestir burqas quando saem de casa e estas são acções semelhantes de fuga, recolhimento, defesa (que compreendo enfim).
se eu acreditasse em deus, ou algum equivalente, talvez aderisse ao budismo (sempre era uma coisa cool). infelizmente não acredito em nada. ponho-me a pensar em todas as pessoas no mundo que acreditam em algum tipo de deus ou deuses e só posso pensar que devem ter razão. por enquanto sou uma minoria insignificante em frente aos tementes, em frente aos que avançam para outra vida, aos que viverão eternamente em jardins perfeitos, para além das nuvens. tantas ideias comuns: frugalidade, trabalho, família, honra, respeito pelos mais velhos, protecção das crianças, a inocência, pureza. um catálogo dos desejos.
a vida não tem significado nenhum.
colocámos objectivos e finalidades onde eles não estavam. colocámos o tempo - como a espiral no chão do museu da inocência - a crescer para algum lado, a linha do tempo, objectiva e singular como se a limpidez estivesse assim à mão.
na espuma da praia, a água a ir e vir por entre as rochas ou montanhas negras, verdes, seixos (o som da água sobre as superfícies de seixos em eastbourne, uma espécie de sussurro como o soprar de uma serpente, borbulhar), aqui nesta água que tem folhas de espelho, folhas de pó e ouro, milhares, milhões de alguma coisa a sobreviver, agarrada à vida porque é essa a sua necessidade, a última e a primeira desde o primeiro movimento de vida. sobreviver até ao final. e depois nada.
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