não posso senão radicalizar-me. porque é que não somos livres? mas que pobres somos, lisboa. uma cidade cheia de vazios, fome, pessoas sem casa que se amontoam nos cantos com papelões, um país desmaiado, sufocado pelo sonho europeu. esfarrapados. porque é que aceitamos isto?
porque é que nos serve o modelo americano? porque é que coleccionamos solidões?
o sonho europeu e a realidade. não se trata de direitos humanos mas de unificação económica. não se trata de inclusão, mas de exclusão. a verdade é: vendemo-nos. também acreditei nisto tudo, também comprei o anúncio. --do Dday sobra quase só a violência e o mercantilismo. do sonho europeu sobra o mercantilismo e a ditadura dos mercados. (auto-reguláveis: mas que piada trágica!) desde quando é que nós somos inimigos de alguém? e no entanto embarcámos em guerras contra o 'terror'. mas quem perpetua esse terror?
reduzir tudo a vendas e à mentira das notícias fabricadas, passar os dias a discutir o que diz fulano de tal e não fazer nada. comprar enlatados de tudo: ideias enlatadas, 'literatura' enlatada, 'entertenimento' enlatado, maçãs envernizadas, roupa feita por pobres miseráveis no outro lado do mundo. acreditar que o obama é isto e aquilo, acreditar em eleições livres, acreditar que podemos escolher alguma coisa, que podemos fugir do crédito, dos bufos electrónicos, da próxima prestação e do recibo de cada vez que bebemos uma bica. acreditar que os alemães estão certos e os portugueses errados, que vivemos acima de não sei quê, que temos de estudar para alimentar a 'economia', que a nossa vida toda é economia e tudo se reduz à economia.
Are you jealous of the ocean’s generosity?
Why would you refuse to give
this love to anyone?
Fish don’t hold the sacred liquid in cups!
They swim the huge fluid freedom.
que talvez esteja no enorme livro vermelho que o j. comprou.
mas se não estiver, está aqui: book of love, Rumi.
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