light gazing, ışığa bakmak

Saturday, October 12, 2013

lisboa

as ruas cheias perto do mercado da boa hora (as ciganas de preto e não como as coloridas ciganas balcãs), a música africana a sair dos carros e de algumas janelas, as velhas e os carrinhos das compras, gente a entrar e a sair da igreja. os meios de levar as hortaliças ao mercado não são muito funcionais. o trânsito está parado e o céu fechou-se em cinzento carapaça. há um novo 'complexo' de apartamentos na calçada da ajuda e pergunto-me quantos vestígios das épocas passadas ficaram por baixo das casas amarelo canário com varandas panorâmicas e segurança na entrada. onde estava a boa hora no ano zero? em belém, a habitual fila de turistas frente aos pastéis e na entrada dos jerónimos um grupo de gente com capas vermelhas e uma cruz a branco e dourado. alguns portam estandartes e ficam bem nas objectivas. as senhoras do restelo, de cabelo apanhado e colares de pérolas, saem do pingo doce e entram em pequenos Lancias com um saquinho de fruta viajada.

nasci na ajuda e quase toda a vida tenho passado naquela colina, a ver o rio ou a olhar para ela do nível da água. no topo da calçada da tapada, num dos minúsculos cafés, mulher e marido atendem ao balcão. os queques são de laranja ou limão ou coco e não levam nenhuma manteiga, podem ser comidos à confiança que fui eu que os fiz, não havia de saber.

antigamente íamos ao restaurante-cantina, numa enorme cave escura e barulhenta, que se chamava O Pacato.


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