não me sai da cabeça a cena do mac de birre onde quase testemunhei o fecho do estabelecimento pela polícia municipal. as obras devem ter durado duas semanas com o mac fechado e havia na rua um contador de dias para a abertura. o mac foi fechado pela câmara na sexta-feira à noite pois - ah pois - a câmara só abre segunda-feira, assim num cheque-mate o mac perdeu as receitas do fim-de-semana. (o que não deve dar jeito, depois de obras de muitos milhares de euros, do natal - será que pagam subsídios ? - à porta). a defesa do mac por uma consumidora ferrenha de biológicos como eu é no mínimo estranha, até porque votei neste presidente da câmara mas demasiadas coisas me incomodam no fecho do mac: que uma "jornalista", uma senhora valentina marcelino, do dn me tenha chateado a perguntar o que acho mas alterando a pergunta de modo a eu dizer mal do mac (portanto: é este o modus operandi das notícias e não só em portugal infelizmente; a ideia de ética já lá vai há muito tempo); que a câmara tenha chamado a senhora "jornalista" para a arremedar contra o mac; que tenha fechado o mac às oito da noite de sexta-feira, que a notícia tenha ido para o jornal e que a razão dada para o fecho do mac tenha sido o facto de o seu gerente ter dito algo como prefiro pagar 1500 euros de multa por dia a esperar pelas licenças da câmara [a câmara é tão célere ó meu deus, esta e todas, a velocidade de licenças camarárias é épica]. temos o funcionamento da camorra em cascais, golpes baixos e assim o presidente em quem votei pode dizer no facebook "Se é para desmoralizar, ESQUEÇAM. Se é para condicionarem a minha acção e decisões, ESQUEÇAM. Se é para que não cumpra as minhas obrigações, ESQUEÇAM." fica bem na frase mas não tão bem com jornalista de encomenda.
enfim, se tudo isto fosse importante, mas não é.
o mac de birre é afinal muito semelhante ao mac do restelo à frente do qual trabalho. as obras de ampliação foram feitas há mais de um ano. as de birre agora, mas o modelo é o mesmo, o fornecedor do parque infantil o mesmo, a disposição na loja a mesma. instalaram também pontos de encomenda fast (em geral sou contra, pois não substituem uma pessoa? mas na sexta-feira uma americana que mal sabe português dirigiu-se a este ponto e encomendou satisfeita comida para uns doze putos que tinha a cargo, amigos do meu, by the way. e então, talvez aquilo sirva para mais do que substituir uma pessoa). outra novidade é a introdução de texto na loja: nas janelas, nas paredes, nos painéis, o restaurante fala e o difícil é estar sentado e não ler aquilo, adjectivos na maior parte delicioso, fresco, saboroso, agradável, puro, blabla. (a não ser que se ande como eu permanentemente acompanhado de leitura própria). as cores nos novos macs são outro caso de case study (e não como o millenium de há uns anos que era case study em todo o lado e depois deu o monte de esterco que se sabe; a minha desconfiança dos case study é mais que muita) - verdes frescos, alfaces gigantes erguem-se nas paredes de pladour, as mesas e demais decoração brancas e de madeira, ou de materiais desconhecidos emulando madeira, mesas grandes como se fossem de quinta, lado a lado com sofás e bancos confortáveis mas laváveis, cadeiras de designer. todo o aspecto dos macs é um case study dos que contam, aquela malta não falha nem dorme em serviço. o que lá me levou, para além de estar absolutamente ko depois de outra semana ainda de cansaço extremo para mim e para o miúdo, foi terem-me dito ao almoço que o mac tinha introduzido ananás dos açores nas sobremesas e que tinha sido um sucesso tão grande que tinha esgotado em todo o lado. quis ver se era verdade e era, tive de me contentar com o sundae com ananás dos açores. esta semana há hamburguer (já não lavado com não sei quê porque o jamie oliver ganhou, ou seria só nos us of a?) em bolo do caco. há macarrons e pastéis de nata, sandochas de queijo e fiambre em pão branco ou de sementes. a contratação de malta é absolutamente sem discriminação - há africanos com fartura e idosos a vender batata frita. eu acho isto bem. se escolho ir ao mac apesar de ser maníaca do biológico e orgânico e ultimamente nacional ou feito em casa blabla é porque gosto de ver o que andam a fazer: seja o que fôr que façam andam sempre à frente de toda a gente e assim se mantêm no lugar cimeiro que ocupam na venda de comida que não vale um chavo, muito pelo contrário. ah também há wifi em todo o mundo: pode-se aportar ao local mais vagabundo que, se houver um mac, há wifi à borla. a lista de coisas más não me apetece até porque toda a gente as sabe e se não sabe adivinha ou devia saber. perto da minha casa, em noite de exaustão total, o mac é o único sítio aberto. é pena, mas a realidade é essa.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, November 18, 2013
maque-donalde
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2 comments:
Partilho tudo o que diz sobre o MacDo, apesar de ser cliente irregular. Onde o seu post mais me toca é no comportamento da CMC. O presidente de que fala é fraquinho, coitadinho e não tinha adversários.
Enfim, espero que o Maque de Birre já esteja aberto.
Sim, é verdade. O pior é que este presidente esforçou-se por ganhar, vá lá, outros receberam câmaras no colo por acaso e sem qualquer mérito, como foi o caso de Basílio Horta em Sintra.
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