light gazing, ışığa bakmak

Wednesday, February 12, 2014

daqui práli


não parar nem um segundo. (o estranho é que na boca do inferno em que não me ouvia nem mais ninguém com a violência do vento, dificilmente de pé contra o muro, água a cair como se estivesse a chover muito e o barulho infernal das rajadas e da água contra as pedras, me deu tanta vontade de chorar sem razão ou por pensar que os peixes estavam com tanto medo como os pássaros logo de manhã, os que estavam fechados nas suas gaiolas e sem poder fugir porque os outros desapareceram para o refúgio dos pássaros nos dias de tempestade. as gaivotas estavam todas no parque de estacionamento de terra batida nas traseiras da praia de carcavelos onde se pretende construir uma enormidade de fogos. de pé e até sentadas -ou deitadas- não sei como consideram aquela posição, nem uma coisa nem outra, é a posição de esperar que a tempestade termine. mas uma ou duas planavam uns segundos a meio metro do chão e depois pousavam. ouvir as coisas que sucedem, o rugir da água, ficar a olhar para os pássaros assustados até ser pássaro assustado e esperar na erva. o homem que caiu ao mar, e que agora tem nome e história, não sobreviveu mais do que uns minutos naquele mar de dez metros. )

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