light gazing, ışığa bakmak

Monday, February 24, 2014

o carteiro só

precisou de tocar uma vez. (que já foi da biblioteca de clearwater).

nesse local de mito, as planícies de Chukurova ou Çukurova. até compreendo a atracção por lugares imaginários que entram na literatura, mas não são eles todos imaginários? o midwest de twain, a estepe de gogol, a quinta de tolstoi, a istambul de pamuk, a lisboa de queirós, as serras de aquilino, os esteiros de pereira gomes, o canal de nemésio, o palácio de saramago, bath de austen, londres de t.s. eliot, o new england de dickinson, as praias de sophia, o cais do sodré de pessoa, não são todos eles imaginários, não foram todos eles criados algures por meio de palavras?

uma pessoa que me é muito querida devotou grande parte do seu tempo à representação de utopias na ficção científica e fez o caminho todo, com reverência a thomas more. o seu objectivo, pareceu-me, era entender em que medida essa terra dourada, os estados unidos, foram resultado da demanda que se pretendeu realizar ali, para lá do arco-iris. raízes e projecção de desejos, passado e futuro, mas em todo casos, todos eles imaginários, lugares fiados por storytellers.

a propósito: achei o máximo, recentemente, a lição que recebi sobre tall tales que, por estranho que me pareça, nunca antes me tinham chegado às mãos. [verdade que deixei por visitar a terra de paul bunyan, em que espero ainda, um dia quem sabe, passar] também é verdade que esta 'tradição' à pressa, que me perdoem, de self-made-adam podia ter atribuído paternidades mas preferiu não o fazer. não faz mal. podemos sempre recapitular.




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