light gazing, ışığa bakmak

Sunday, February 23, 2014

Rui Chafes no CAM com João Tabarra










na verdade a presença ou ausência de Orla Barry é um assunto: Barry foi uma voz que funcionou bem com as formas mudas de Rui Chafes. o silêncio que corresponde a ser e que desta vez se espalhou pelos espaços do CAM, sem voz. - o pavilhão do CAM não é fantástico e o espaço aberto constitui mais um obstáculo do que uma facilidade: por exemplo, as peças não tinham sombra (lá dentro) mas na rua, com o jogo de nuvens e de sol, ganhavam vida. por outro lado, e talvez por desejar sempre prendê-las num quadrado, o que se passa por detrás da escultura e em seu redor também fala com o, neste caso, metal. como vê-las contra um background de estruturas e ar condicionado, a iluminação descontrolada. imagino esta retrospectiva no lugar onde Joana Vasconcelos fez a sua, ou no Palácio Grassi. depois do auditório, impõe-se o CAM, até porque não há muitas alternativas sérias depois da crise financeira ter apagado o fogo Berardo (a audácia paga-se até na 'curadoria').

e depois João Tabarra: uma panorâmica significativa da sua obra em que sobressai a dificuldade de viver ('o que eu sei é viver' diz o homem em segredo ao leão no museu da ciência de coimbra que reconheci pelo assombroso mosaico hidráulico do chão, este sim, cheio de sombras e marcas de água e do tempo, mas a vida custa-lhe). o homem e o cavalo têm os pés enlameados, o homem arrasta-se de dificuldade em impossibilidade. imagem do meu dia, Viagem: o homem com uma mala e um tronco debaixo do braço prepara-se para atravessar um arco na rocha e entrar no mar. podia ser o meu auto-retrato.




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