light gazing, ışığa bakmak

Monday, March 31, 2014

argélia

missoni. num dia em que preferia não ter saído da cama onde me proporia a ficar em greve de acção até que a primavera fornecesse aquilo que é suposto fornecer. no entanto: e enquanto não houver uma melhor versão, disponibilizam-se os materiais do curso de formação para qualificação de marítimos com funções de protecção, à portuguesa (e em português). talvez fossem outros tempos, mas talvez pudesse ter sido ontem: o j., depois de uma noite lisboeta foi parar a um bafon para o lado das janelas verdes e perdeu o norte bem como o último comboio, sensação conhecida de todos os que vivem na periferia. na noite, acabou por ter longa conversa com um argelino que, gesto de boa vontade muçulmana, lhe disse para vir com ele para o barco em que estava pois ali poderia dormir umas horas até voltar a ter transporte. que não havia problema nenhum. o argelino explicou ao j. por onde podia entrar, tinha que ir até ao fundo de--, saltar a vedação e depois era aquele barco de tal e tal cor. assim foi e j. entrou no navio argelino atracado no porto de lisboa onde foi apresentado à tripulação acordada àquela hora e onde lhe foi mostrado um beliche onde podia dormir umas horas. no dia seguinte e antes de ir embora (safando-se de acordar na argélia), convidaram-no ainda para uma refeição especial pois celebravam o fim do ramadão. ou naquela altura não havia medo ou o medo foi inventado entretanto ou estamos alheios ao medo. mas também, digo eu, não conheço algarvio que não deseje de vez em quando deixar crescer uma barba patriarcal e vestir um djellaba ou um kaftã.

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