ditadorzecos

a vitória de Erdogan na Turquia (a otomanização da minha vida tem servido grandes propósitos), mesmo com as reclamações de fraude, de falta de electricidade propositada, de votos comprados etc etc, mudou-me a perspectiva das coisas eleitorais e fez-me pensar [ah inocência aparvalhada] por meio segundo na natureza da ditadura. vêm-me aborrecendo as comemorações de abril que começam assim que dobra o mês, logo a 1 já se fala da coisa e em quem vai falar no palanque, quem não fala e a bravura dos discursos, blablabla. estou farta de celebrar Abril. já passou há que tempos e do que aconteceu não resta muita coisa. também me incomoda o facto de ter havido ditadura durante meio século e tudo ser culpa de Salazar. mas brincamos? o homem não foi eleito? não andou o país satisfeito de glórias coloniais e mundos portugueses (este tema serve a todos quantos lá sobem, do poder falo), não celebrámos os euros e expos e o futebol? [não sou só eu] é tudo parte da mesma coisa. o parvo (e tão frequentemente criminoso) que liderou, cego de poder, a ditadura limitou-se a expressar o que o geral sentiu. a ele, ditadorzeco, e tão frequentemente criminoso, resta depois o ónus da culpa que carrega pela história para salvar a moral e os bons costumes dos que verdadeiramente fizeram a coisa, a maioria.