"O panorama livreiro nacional é um panorama em muito caracterizado pela morte livreira, pelo padecimento, pelo estiolamento de espaços que muitos aprenderam a chamar seu – mesmo que eventualmente nunca lá tivessem ido ou lá fossem arribando apenas a espaços. A luta é constante e de desfecho frequentemente avassalador."

o encontro livreiro deste ano.
tenho carradas de livros, gosto de livros, adoro livros, gosto de livrarias verdadeiras e nem acho que seja tão difícil assim dizer o que é uma (o mais é areia para os olhos), mas também confesso: não quero saber de 'livros'. do que eu gosto é da literatura.

sobre as livrarias, Pamuk (é isto, é isto!):
"On a windswept afternoon in mid-December, the writer Orhan Pamuk stood in a leafy square around the corner from Istanbul University, absorbed in a 40-year-old memory. He walked past parked motorcycles, sturdy oaks and a stone fountain, browsing through secondhand books in front of cluttered shops occupying the bottom floors of a quadrangle of pale yellow buildings. Sahaflar Carsisi, Istanbul’s used-book bazaar, has been a magnet for literary types since the Byzantine era.
In the early 1970s, Mr. Pamuk, then an architecture student and aspiring painter with a love for Western literature, would drive from his home across the Golden Horn to shop for Turkish translations of Thomas Mann, André Gide and other European authors. “My father was nice in giving me money, and I would come here on Saturday mornings in his car and fill the trunk with books,” the Nobel Laureate remembered, standing beside a bust of Ybrahim Muteferrika, who printed one of the first books in Turkey — an Arabic-Turkish language dictionary — in 1732."

(3 livros, 10 liras turcas, ou seja, 3 livros 1 euro ponto 2 cêntimos) e eis porque devo voltar com urgência. este é o bazar dos livros em Istanbul: é permanente desde a era bizantina há mil e quinhentos anos atrás. no Porto a coisa fia mais fino: não se consegue tempo e espaço para um 'evento' de umas semanas. ('evento', outra palavra irritante)