light gazing, ışığa bakmak

Saturday, June 28, 2014

omg

encontrei o livro, finalmente. no que foi, provavelmente, o primeiro dia em que tive verdadeiro descanso dos últimos 2 ou 3 meses. que amanhã se trabalha de novo. ah férias, quanto tardas... mas falta pouco para um pouco delas.

também a Sintra de Raúl Lino cheguei atrasada: já houve colóquio em Seteais, já houve lançamento no Café Saudade. muitos oradores. os textos de Lino são irresistíveis, perigosos, com a capacidade de engolir pelo seu brilhantismo, pela clareza de pensamento, pela firmeza das convicções e pelas mesmas razões são perigosos, uma atracção de sereia.

tenho a teoria dos cem anos: somos influenciados mais fortemente por tudo o que está a cem anos de distância e faz agora 100 anos que Lino construiu a casa do Cipreste - que já tive a alegria de ver online (Hasselblad, ainda por cima) mas que não se pode, julgo, visitar pois pertence à família (o que não é mau: fosse do estado e já tinha ido). a ideia de casa portuguesa voltou, do pitoresco, dos frescos recantos, do portuguesismo. mas não será que tudo o que fizémos nos últimos 40 anos foi contrariando isto mesmo? os pensamentos voam em aparente desalinho.

num dos bairros dos arredores de Chicago tive a felicidade de visitar a casa de Frank Lloyd Wright, ou uma delas. lembro-me particularmente do seu escritório, todo em madeira (pois que fazia também o seu mobiliário), numa forma octagonal (estarei errada?), com janelas a toda a roda do círculo. a rua, onde mais não havia do que outras casas, um zona residencial, com os seus porches e as suas cadeiras de exteriores, era ladeada de árvores de grande porte.

Lino foi o nosso Frank Lloyd, muito ao estilo nacional voltado para dentro e para o passado enquanto o americano era voltado para o futuro (wide open spaces).

gostava de ver, não sei se há, percursos Raúl Lino, mapas.
nem fazia ideia da extensão do que Sintra lhe deve. e depois de estar no caorg, em Minde, imagino que exista uma série de casaa 'Lino' espalhadas pelo país.

se gosto da casa portuguesa: gosto. adoro.


(quanto ao texto introdutório, não deixa de me surpreender que um professor do iade creative university escreva de um modo tão arrevezado mas concedo que passar quatro anos a ler os textos românticos de Lino tenha esse resultado).

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