ao domingo, uma nova vaga de clientes. o centro de saúde recente é para cuidados paliativos, não julguei chegar a ver os pacientes. mas ao domingo vejo alguns, aqueles de quem falam os gestores de conta e os vendedores de sistemas e os directores de gestão dos tratamentos e os responsáveis pelas acções de formação - o negócio da doença e da morte, de vento em popa. vêm com um ou dois familiares a empurrar as cadeiras de rodas em que tristemente se equilibram, quase imóveis, um feixe de ossos a vibrar desamparados à trepidação causada pelas juntas da calçada. vêm e ficam nas cadeiras ao sol da esplanada enquanto os familiares bebem um café e fumam um cigarro e falam de assuntos da vida. meia hora mais tarde voltam pelo mesmo caminho, quase sem reacção, sem por vezes terem dito uma palavra.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, July 14, 2014
morrer
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