light gazing, ışığa bakmak

Sunday, February 1, 2015

jardins

"Mon volume est un tableau. Il est vrai qu'un tableau est forcément vu, si grand qu'il soit, tandis qu'un livre ne se lit pas de la même manière” (My volume is a picture. It's true that a picture is necessarily seen, however large it is, whereas a book isn't read in the same way.) Proust numa carta a Jean Cocteau, e referido por Pamuk em The Naïve and The Sentimental Novelist.

por estranho que possa parecer os meus melhores professores foram Feijó e Pamuk. com eles aprendi tudo. o melhor practitioner, esse é Tolstoi (para mim, como tudo). há Proust e depois há o resto do mundo. parece-me tão incompleto falar de ekphrasis recorrendo só à literatura anglófila. parece-me que o francês foi sempre mais visual, mas que sei eu.

eu sabia que havia qualquer coisa diferente e especial nas madalenas. agora estou certa: madalenas e memória. (os cientistas são divertidos nos seus permanentes cortes daquilo que é inteiro para provarem uma certa 'ideia': fizeram-se experiências para ver se o odor era mais facilmente retido pela memória de que a visão e a teoria falhou; esquecem-se cheiros tão facilmente como se esquecem imagens. imagino que as preocupações psicológicas sejam patrocinadas por interesses publicitários sempre na procura de novos meios para chegar à consciência/inconsciência do pobre consumidor. usar uma teoria para vender, a triste realidade. separar aquilo que é uno, o trabalho da análise e da procura da verdade. talvez não exista verdade e talvez separar não seja o que é preciso para encontrar o que se deseja.)  a literatura sabe mais sobre ser humano, sempre soube.






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