este século confirma aquilo que se descobriu no século passado, as eleições alemãs que levaram ao assassínio planeado de milhões, mas não só as alemãs. os movimentos russos e chineses deram o seu contributo e no resto do mundo os exemplos enchem livros.
conheço muitos 'trump voters', um deles trabalha na mesma sala do que eu todos os dias, outros são pessoas de quem gosto, normais, bons pais de família, pessoas sossegadas que lá terão os seus defeitos, as ideias são quase nenhumas ou tão pobres que não merecem um segundo de credibilidade, mas no mundo diário são bons pais, mães, honestos, generosos, etc etc. querem sossego, paz, estar com os filhos e netos, pagar as contas, ver jogos na tv domingo à tarde. sim, em geral poderia dizer que não têm grande pensamento, mesmo que tenham tido educação, que não viram grande parte do mundo e a que viram foi para se deslumbrarem com a riqueza ou o 'que lindo', mas: que superioridade moral tem quem pensa com fundamento? ou a quem fundamento não lhe falta e mesmo assim... como Žižek (verdade que não gosto dele, nem das suas ideias violentas).
por vezes falámos na beleza da matemática, das fórmulas claras da ciência, as expressões sem defeito, limpas. a elas eu disse-lhe que são assim enquanto não lhe introduzires um humano, altura em que tudo se desfaz em erro, em desvios, em subtilezas inesperadas, em erros grosseiros, emoções exacerbadas, ódios de cabeceira. ponham-me a cabeça num imenso sensor de centelhas eléctricas, a cores e com análise de dados, passem a pente fino as minhas faíscas com as faíscas de todos os outros, e mesmo assim há espaço para mais análises e frases e ideias e teorias. alguém alguma vez continua a dizer aquela frase inesperada ou a mudar de repente de passeio porque sim. leiam, leiam clássicos. está lá tudo.
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