notícias falsas

quero crer que a história das notícias falsas, uma expressão que dá vontade de chorar a rir e arrancar cabelos, resultou da perda dos democratas nos Estados Unidos. também é verdade que nunca mais defendo Assange na vida, Trump ganhou com a sua ajuda e não me interessam as ideias de qualquer pessoa que tenha feito a criatura ganhar as eleições, dando-lhe a possibilidade de mergulhar o mundo numa guerra anunciada antes de tempo. (aliás, estamos a falar de quê, essa guerra existe e está a decorrer). um idiota apalhaçado que não faz ideia de coisa nenhuma. (notando porém que tantos homens inteligentes e que sabem o que andam a fazer e o resultado é Aleppo, que não é culpa do presidente eleito). retomando: teria sido bom que as redes sociais tivessem banido ou feito desaparecer todas as notícias veiculadas por Assange (falsas, dizem os democratas). esta nova ideia ou regras vai tornar este desaparecimento uma realidade. como se não desaparecessem já a maior parte das notícias verdadeiras ou pelo menos mais próximas da realidade.

afastando-nos do contexto preciso da ideia de 'notícias falsas', o desejo de uma maior censura e poder sobre a internet, interessa-me a expressão como ideia teórica até porque todas as notícias de hoje me irritam profundamente: a escolha das notícias, a apresentação das notícias, a escolha de quem diz as notícias, o abandono total da informação objectiva, o estrelato dos pivôs dos noticiários, os erros de língua, os erros dramáticos de conhecimentos e cultura, os segmentos 'engraçados', o apagão contínuo da maior parte da realidade não só no mundo distante como aqui mesmo ao lado. enfim, a irritação é total e contínua. no meio deste deserto povoado de um oásis ou outro, é muito desnorteante vir com a ideia de notícias falsas quando uma enorme parte delas não são sequer notícias.

afastando-nos ainda mais, seria interessante dizer onde está a verdade. existe verdade? quem diz que existe verdade? quantas verdades existem? é possível chegar à verdade alguma vez?