"Acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu
peito liso e claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada
apenas com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque
os meus olhos partiram nos teus.
E é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu
nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, com a solidão aberta nos
dedos como um cravo.
Meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua
boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca e sempre a
tua boca! comece de novo a nascer na minha boca.
Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros,
encostar a minha face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que
aconteceu... "
light gazing, ışığa bakmak
Monday, March 12, 2018
eugénio
Publicado por Ana V. às 12:23 PM
TAGS Biblioteca de Babel
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1 comment:
Muito bonito e triste...
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