light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, July 28, 2009

HOME de Ursula Meier


logo de início começa a alusão e depois continua ao longo das imagens. talvez seja assim que se tenha de fazer cinema, como tudo o resto, referência de referência. de resto, o difícil é referir enquanto se cria um novo objecto, o que penso que acontece neste filme. desde Life is a Miracle e a família caótica de Kusturica à beira da linha de ferro aos muitos filmes de planície e milharais americanos, Marilyn na cena da janela, uma das minhas favoritas, todos os filmes de casas fechadas incluindo a casa de Cortazar, o tráfico de Tati e muitas mais, sem acabar, dependendo da memória do cinema de cada um. imagem para ficar: o rapaz que no carro se refresca com uma embalagem de frango congelado.

uma co-produção francesa, suíça e belga, Home não é um filme pretensioso. conta uma história que me fez lembrar -novas alusões- cobaias de laboratório, talvez por influência de "Our Daily Bread", ainda ontem na 2. o mesmo sentimento de impotência perpassa na marcha lenta das grandes máquinas do asfalto, o mesmo movimento que o dos porcos a serem empurrados para um outro compartimento. mas estas cobaias são humanas e, como tal, falam-nos mais ao ouvido. Home, felizmente, passa à frente da experiência sociológica, em voga há algumas décadas, quando Hal tinha voz e as máquinas iam tomar conta do mundo. neste filme o retrato e a viagem são também interiores. se tivesse de fazer uma ligação directa seria mesmo a Jacques Tati. Isabelle Huppert, como sempre, num grande desempenho entre o nonchalant e a escuridão. a ver.

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entrevista com Ursula Meier. (ahah!)

1 comment:

Anonymous said...

e os pintos arremessados para as caixas,e a vaca executada sumariamente .nunca a carne soube tanto a desconforto ,e as caras fechadas ,e mesmo sem profetas lá se ia abrindo o mar de galinhas aos pés da mulher.

 
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