Tinha uma amiga que se chamava Alexandra. Éramos chegadas, ainda somos. Ela era um pessoa absolutamente vulgar. Tinha apenas o que eu podia considerar uma característica fora do normal: conservava, no seu apartamento, um velho banjo americano, que afinava todos os dias antes de sair para o trânsito da cidade. Meia hora, todos os dias.
Um dia veio ter comigo e disse: preciso de te contar uma coisa, vem comigo. Sentámo-nos num café de subúrbio. A luz entrava pela janela, directamente do sol acima das nossas cabeças. Biodegradável, um rio de luz . Depois confidenciou... Tenho uma vida secreta, uma vida de mil beijos de profundidade. De dia sorrio quando estou zangada, minto e engano toda a gente. Mas à noite vivo a minha vida como se fosse real. Uma coroa de luz, a noite escura.
Não soube o que lhe dizer. Ela sabia o que estava certo, e ela sabia o que estava errado. De repente, encheu o copo de uma bebida exótica, bebeu tudo de uma assentada só, e saiu.
light gazing, ışığa bakmak
Thursday, July 19, 2007
De uma assentada só, ou nos limites do plágio
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