Um obrigada ao João Martins Sousa pelas belas imagens no Flickr.
- O espaço em termos de área é bastante bom. A sala de exposições é grande e as salas superiores permitiriam milhentas iniciativas, para ser mais precisa, uma programação fixa. Que é exactamente o que se não passa. O uso das salas superiores parece ser esporádico.
- A exposição anual de Serralves são meia dúzia de peças. Sem desprimor dos artistas e das obras em exposição que vale a pena ver, julgo que a Fundação teria outros espólios mais enriquecedores para Coimbra, tendo em conta que a exposição é anual. Se apenas uma vez por ano Coimbra pode visitar Serralves, essa expoisção deve/deveria ser um acontecimento. Não é.
- A divulgação do que quer que seja que se passa dentro do espaço é inexistente. Não me refiro ao trabalho das senhoras que o fazem, dentro do Pavilhão, refiro-me à vontade de dar vida ao Pavilhão. Não há nem um cartaz fora do Pavilhão a anunciar o que se passa dentro. A informação em sites da Câmara e de outras organizações está desactualizada e, quando há, extremamente incompleta. Não há um grande cartaz que anuncie a exposição nas costas do Pavilhão, aproveitando a passagem da Avenida da Lousã, logo ali. Não há um programa mensal, quinzenal, trimestral... um programa! E isto seria o mais básico...
- No local o catálogo da exposição é diminuto (tal como a própria exposição) e custa 5 euros! Não existe qualquer tipo de folheto ou outro material escrito sobre a exposição que um qualquer visitante, como eu, possa ler. É verdade, os bilhetes (1 euro) dão desconto de 25% se não me engano nos bilhetes para o passeio no rio. O contrário seria talvez melhor pois os passeios no rio têm de longe mais afluência do que o Pavilhão... E porque pagamos nós um euro? O que paga este euro? Nada. Fosse a entrada gratuita pelo menos se garantiria a entrada de mais uma meia dúzia de pessoas no Pavilhão Centro de Portugal...
Visitei há pouco tempo o Pavilhão Centro de Portugal no Parque Verde do Mondego, em Coimbra. Fui chamada pelo Pavilhão, que nunca tinha visitado, mas acima de tudo pela exposição que se anunciava: Escultura Abstracta nas Décadas de 1960-1970 (até 6 de Janeiro).
Começam logo aí as dificuldades: que eu tenha encontrado, este espaço de exposições não tem uma página própria e a informação de Agenda que encontrei aqui e ali estava desactualizada.
Alguma informação existe no site da Câmara Municipal de Coimbra sobre o edifício e o seu historial. Aí ficamos a saber que: "Desse acordo resulta que o Município de Coimbra passa a ser responsável pela gestão e direcção do espaço, no intuito de ali serem promovidas actividades de divulgação científica, tecnológica e cultural". Esta frase de intenções fica muito além da realidade. Mas o pior é quando lemos, mais para a frente, que em 2005 foi firmado um Protocolo entre a Câmara Municipal de Coimbra, a Fundação de Serralves e o grupo Amorim. O papel do grupo Amorim é óbvio, não sei que contrapartidas retiram desse acordo. Eu esperaria que bastantes, a mais que não fosse a organização de um evento corporativo no magnífico Pavilhão, pelo menos uma vez por ano. Infelizmente nem isso deve ser, talvez se limitem à entrega de uns convites... Mas apenas conjecturo.
O papel da Fundação de Serralves, mais decisivo: "O Protocolo prevê que o Pavilhão Centro de Portugal acolha três exposições, com criadores convidados, e uma exposição anual, que contemple obras da Colecção da Fundação de Serralves". Ora foi precisamente esta exposição anual que eu fui visitar.
Não gostaria de tecer qualquer tipo de comentário sobre o teor da exposição, ou sobre a qualidade das peças, ou dos artistas. Como amadora, "olhadora", visitante, público em geral que eu sou, limito-me a ver e a gostar ou não. A minha opinião não vale rigorosamente nada, menos do que uma bola de Berlim. Mas como "utente de cultura", grandes palavras, tenho mais a dizer e direito de o fazer. Não é suposto sermos beneficiados pelos equipamentos culturais e pelo respectivo uso? A gestão ou "desgestão" deste espaço é chocante e nula. Fiquei abismada pelo abandono do Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra.
Alguma informação existe no site da Câmara Municipal de Coimbra sobre o edifício e o seu historial. Aí ficamos a saber que: "Desse acordo resulta que o Município de Coimbra passa a ser responsável pela gestão e direcção do espaço, no intuito de ali serem promovidas actividades de divulgação científica, tecnológica e cultural". Esta frase de intenções fica muito além da realidade. Mas o pior é quando lemos, mais para a frente, que em 2005 foi firmado um Protocolo entre a Câmara Municipal de Coimbra, a Fundação de Serralves e o grupo Amorim. O papel do grupo Amorim é óbvio, não sei que contrapartidas retiram desse acordo. Eu esperaria que bastantes, a mais que não fosse a organização de um evento corporativo no magnífico Pavilhão, pelo menos uma vez por ano. Infelizmente nem isso deve ser, talvez se limitem à entrega de uns convites... Mas apenas conjecturo.
O papel da Fundação de Serralves, mais decisivo: "O Protocolo prevê que o Pavilhão Centro de Portugal acolha três exposições, com criadores convidados, e uma exposição anual, que contemple obras da Colecção da Fundação de Serralves". Ora foi precisamente esta exposição anual que eu fui visitar.
Não gostaria de tecer qualquer tipo de comentário sobre o teor da exposição, ou sobre a qualidade das peças, ou dos artistas. Como amadora, "olhadora", visitante, público em geral que eu sou, limito-me a ver e a gostar ou não. A minha opinião não vale rigorosamente nada, menos do que uma bola de Berlim. Mas como "utente de cultura", grandes palavras, tenho mais a dizer e direito de o fazer. Não é suposto sermos beneficiados pelos equipamentos culturais e pelo respectivo uso? A gestão ou "desgestão" deste espaço é chocante e nula. Fiquei abismada pelo abandono do Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra.
Para trocar por miúdos:
- O espaço em termos de área é bastante bom. A sala de exposições é grande e as salas superiores permitiriam milhentas iniciativas, para ser mais precisa, uma programação fixa. Que é exactamente o que se não passa. O uso das salas superiores parece ser esporádico.
- A exposição anual de Serralves são meia dúzia de peças. Sem desprimor dos artistas e das obras em exposição que vale a pena ver, julgo que a Fundação teria outros espólios mais enriquecedores para Coimbra, tendo em conta que a exposição é anual. Se apenas uma vez por ano Coimbra pode visitar Serralves, essa expoisção deve/deveria ser um acontecimento. Não é.
- A divulgação do que quer que seja que se passa dentro do espaço é inexistente. Não me refiro ao trabalho das senhoras que o fazem, dentro do Pavilhão, refiro-me à vontade de dar vida ao Pavilhão. Não há nem um cartaz fora do Pavilhão a anunciar o que se passa dentro. A informação em sites da Câmara e de outras organizações está desactualizada e, quando há, extremamente incompleta. Não há um grande cartaz que anuncie a exposição nas costas do Pavilhão, aproveitando a passagem da Avenida da Lousã, logo ali. Não há um programa mensal, quinzenal, trimestral... um programa! E isto seria o mais básico...
- No local o catálogo da exposição é diminuto (tal como a própria exposição) e custa 5 euros! Não existe qualquer tipo de folheto ou outro material escrito sobre a exposição que um qualquer visitante, como eu, possa ler. É verdade, os bilhetes (1 euro) dão desconto de 25% se não me engano nos bilhetes para o passeio no rio. O contrário seria talvez melhor pois os passeios no rio têm de longe mais afluência do que o Pavilhão... E porque pagamos nós um euro? O que paga este euro? Nada. Fosse a entrada gratuita pelo menos se garantiria a entrada de mais uma meia dúzia de pessoas no Pavilhão Centro de Portugal...
Eu podia continuar aqui e continuar e continuar. Uma parte importante do Pavilhão está vazia. As obras quase flutuam por excesso de espaço. O horário é inacreditável: fechado ao fim-de-semana de manhã! Mas quando esperam que os visitantes visitem? De semana de manhã?!
O que interessa e o que me chocou foi existir um "equipamento" cultural de grande qualidade e que, suponho, foi bastante caro, que esteja totalmente votado ao abandono. Ter um Ferrari e deixá-lo apodrecer numa qualquer berma de autoestrada. Chocou-me e deveria chocar outras pessoas. As possibilidades são infinitas, mas no Pavilhão Centro de Portugal em Coimbra, as possibilidades morrem à nascença pela falta de interesse assumidíssima da Câmara Municipal e de quem de direito. É pena. Talvez mais do que isso, é uma usurpação.
Se estiver enganada, o que admito que possa acontecer, ficarei mesmo contente...
Se estiver enganada, o que admito que possa acontecer, ficarei mesmo contente...
E deixo aqui a ligação para o blogue Arquitectura Hoje, de Franciso do Vale no Porto, porque gostei muito de o visitar.
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