Em busca dos segredos da escrita anda sempre uma multidão: amadores, críticos - bem e maldicentes, mestres da análise literária, curiosos, aspirantes, idólatras... E os escritores sempre a acenar-lhes com o "lavorare", "il miglior fabbro", o trabalho do artífice, apagar-escrever-rescrever. Pouco divina, a inspiração, mesmo assim alguns a afirmar que a mão que escreve não é a deles.
Por mim, sempre curiosa sobre o nascimento de seja o que fôr, gostei de ler a entrevista de Paul Auster ao SOL. O acto da escrita é um gesto fascinante, o que faz o escritor são as horas que passa a esgrimir com as palavras e com as ideias que se enfileiram ou amotinam dentro da sua cabeça: escrever seis horas por dia, cinco a sete dias por semana.
"Geralmente, se consigo uma página por dia fico satisfeito, mas desta vez [Viagens no Scriptorium] escrevi três, quatro, às vezes cinco páginas por dia."
E a herança das palavras dos outros. Como dizia, nada vem do nada...
[Estava a pensar, quem são os autores que julga que mais influenciaram a sua escrita? E também, que autores a escrever ficção hoje em dia prefere?]
Paul Auster: "The list is too long to enumerate today, but I'll give a few names. Montaigne, Shakespeare, Cervantes, Dickens, Dostoyevsky, Tolstoy, Hawthorne, Melville, Thoreau, Kafka, Beckett, Joyce, Celine, Fitzgerald, Faulkner, etc. These days, in the United States, I'm very fond of Don DeLillo's work. Robert Coover, Marquez, Kundera. "
A entrevista completa, aqui, no Washington Post. Em poucas palavras, lucrei já Robert Coover...
---
Unrelated:
Entrevista no Rádio Clube sobre Martin Frost
"Em lugar nenhum", na Visão
Entrevista, também na Visão
No comments:
Post a Comment