light gazing, ışığa bakmak

Monday, November 5, 2007

Os sons rasam-me, como dardos: Thomas Adès



O mês de Novembro será um mês importante para Thomas Adès, o compositor-prodígio cuja ascenção em apenas dez anos foi suficiente para alterar o panorama da música clássica contemporânea em Inglaterra. Esta temporada, 2007-2008, Thomas Adès foi escolhido para ser o compositor residente do Carnegie Hall, certamente o confirmar do que os críticos vinham já a afirmar ou antecipar.

Gostei de conhecer Thomas Adès, mais gostaria de ouvir uma das suas obras, ao vivo. Adès, como alguns outros poucos compositores, contemporâneos ou não, compõe, dirige e interpreta ainda, ao piano, as suas obras. Uma imersão total numa área em que é difícil ser medianamente bom em qualquer uma delas. Para um público não-formado, a obra de Adès é "ouvível" sem ter sido democratizada. "Qualidades" atractivas para o público e para os jornais.

Notei que no caso de compositores e obras muito recentes se encontra muito material escrito, biografias, informação, entrevistas, fotografias. O difícil mesmo é ouvir a música... Contradições da facilidade de comunicação, o que que é essencial continua preso a interesses comerciais muito fortes, que nem sempre representam bem ou beneficiam o músico.

Para mim, vou tentar uma panorâmica.. (a lista não está completa)

"Living Toys" (1994), tracklisting no site da EMI e um excerto (.ram)
"Darknesse Visible", para piano solo (1992?) .mp3 (um excerto apenas), explodindo a peça "In Darkness Let Mee Dwell" de John Downland, 1610.
"Powder Her Face", ópera (1995), aqui no You Tube
"Asyla" para orquestra (1997), tracklisting com excertos no site da EMI
"America: A Prophecy" (1999)
Piano Quintet (2000), tracklisting no site da EMI
"The Tempest", ópera (2004), aqui um podcast em .mp3 com excertos da obra e Adès em diálogo
"Tevot" para orquestra, (2007) ("Writing music? It's like flying a plane", entrevista sobre Tevot no Guardian). A palavra "tevot" significa "arca", em hebreu. "It sounds a bit colossal, but it's the idea of the ship of the world.", diz Adès.

E, ainda a propósito de "Tevot", a melhor descrição do que é uma orquestra que tenho lido:
"I was thinking, writing for the Berlin Phil, that what you have is one huge organism made up of hundreds of brilliant individual players. They move together; they play with their bodies, especially in the case of the horn section. They're like paragliders, or people who have just jumped off a cliff wearing a bit of rope. They're very fearless, and they have to be. Watching the orchestra play Tevot feels a bit like watching people on a boat, as the music's being thrown from one side of the orchestra and smashing into the other side, almost as if it's going to capsize - but I don't think it does."





Finalmente, um dos melhores artigos que li sobre Adès, por um dos melhores críticos, no seu blogue "The Rest is Noise", Alex Ross, crítico do NY Times. "The rest is Noise", também em livro, excelente ou mais que excelente. Aqui, sons e palavras para o capítulo "Sunken Cathedrals", os sons do fim do século, entre os quais, claro, Adès.

E por curiosidade, uma lista de "Forthcoming Performances":

Tevot Carnegie Hall, New York, NYBerlin PO/Sir Simon Rattle14/11/2007
Piano Quintet Carnegie Hall, New York Sharoun Ensemble/Thomas Adès15/11/2007
Traced Overhead Carnegie Hall, New York Thomas Adès19/11/2007
Darknesse Visible Carnegie Hall, New York Thomas Adès19/11/2007
AsylaHáskólabíó, Reykjavík Iceland Symphony Orchestra/Thomas Adès29/11/2007
Concerto for Violin Háskólabíó, Reykjavíktbc/Iceland Symphony Orchestra/Thomas Adès29/11/2007
Chamber SymphonyLincoln Hall, Portland, ORtbc/Ken Selden02/12/2007
Darknesse Visible PLG New Year Series, Purcell Room, London Amandine Savary10/01/2008
Concerto for Violin Pamplona Peter Herresthal/Orquesta Pablo Sarasate/Rolf Gupta18/01/2008

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