light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, February 26, 2008

quase

Eram dias de quase. Cruzou a rua vazia, uma quase possibilidade.
Quando ele se dispunha saiam as águas de um gole só. Um reservatório trancado,
mas nem assim se evitavam estas pequenas cheias. E secas violentas, ocasionais.
Estava abalançado o seu fio de prumo. Umas vezes o solo inclinava para a direita,
outras ia tombando para a esquerda. Comandante de outras embarcações,
outras liberdades. Estes dias eram de quase tudo.
Oscilava entre o castanho e o laranja, o chumbo das águas devorando as encostas.
Pensando bem nem se importava. Que se matassem em duelo, que concorressem,
que cravassem a bandeira fundo ou que a queimassem com socos. Era-lhe indiferente.
Continha apenas e tão só ar, a emissão dentro de momentos durante horas da sua vida.
Dias de um quase nada, caminhos do todo.

Uma destas mulheres esculpiu um texto, diz ela. Juntou as palavras de emails recebidos num só e depois foi cortando, alterando, até ter um texto escrito com as palavras dos outros. Mostpeople are average, mostwriters academic. ("Hot fishy reek of her freshened loins.")

4 comments:

Anonymous said...

Querida Meia, muitos abraços de amizade também apra ti. E saudades, saudades!!!!!
Cristina

Tozzola said...

Quase caí num precipicio de emoções descontroladas. Mas lançaram de longe a corda de água fria, pela janela aberta, inundando a seca cadeira de palhinha. Foi apenas uma manhã de planos fechados.
Tá dito.
Beijo

jorge vicente said...

acho que devias publicar isto. está muito bom.

beijinho
jorge

Ana V. said...

Publicações é contigo, meu irmão poeta... beijinhos!

 
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