light gazing, ışığa bakmak

Friday, March 21, 2008

ver as vistas em Silves

Prova de que os meus planos não funcionam, mas que os acontecimentos servem perfeitamente. Ia para ver o castelo e subir a Monchique: nem uma coisa nem outra. A metros do Castelo estava o pequeno cansado e demos a volta, evitei o percurso normal e apanhei vielas. Tanto melhor, a cor vermelha de Silves é arrasadora. O Museu fechado, a Casa da Cultura Árabe em local incerto, a Fábrica do Inglês fechada, se é que estava, e o restaurante marisqueira Casa Velha por onde pararam os dois forasteiros era sofrível. Mas o acepipe era divino. Rodelas de cenoura em azeite, muito alho e coentros, as azeitonas no mesmo acrescentado de colorau. Olhei para o pratinho e pensei que o resto ia condizer, e logo a seguir lembrei-me que por vezes lembramos sítios pelas coisas mais marginais. Foi o caso. De toda a refeição paga, valeu o pratinho. Já cá tinha estado há quase vinte anos, a impressão tinha sido a mesma. Uma mesa de ingleses, ao lado, aproveitava a sabedoria de forasteiros mais avisados e pedia peixe grelhado. Não há que enganar depois de lhe olhar para as guelras. Na distância uma colina com um moinho de vento. Apanhei uma qualquer banda a passar, falei com um homem gentil que preparava telas dentro da sua casa de janela aberta, e descobri o antigo posto do dragão que guardava a entrada da vila. Já não está lá, mas em Silves continuam a coexistir mouros e cristãos, uma sociedade tranquila e civilizada, com bárbaros de outros tempos. Ao contrário das construções, as que se desfazem em poeira vermelha, infinitamente mais interessante do que as mais recentes, o tecido humano ganha com conhecimentos mais largos, como sempre, em todo o lado. E o folar de Olhão ainda a falhar. Mas se não o encontrar, faço-o.



Silves, Algarve

7 comments:

Anonymous said...

Continuação de bom passeio!
Beijinhos
Armando

bluewater68 said...

Eu não sou conhecedor dos melhores locais para papar em Sives. Aquele que acaba por ser sempre mencionado é o "Rui", também marisqueira. Fica a nota. Existe um que serve bem logo a seguir à ponte velha.
E como é bom visitar Silves e outras coisas longe da época alta.
Em Olhão, estive de manhã na ExpoMar e vi um stand onde me lembrei de ti e dos cozinhados: era dedicado à venda de Sal e em particular, à Flor de Sal, o tal que nunca se encontra à venda (pelo menos nos locais habituais).
Beijinhos

Ana V. said...

Olá Armando, obrigada. A esta hora estou de volta à base e ainda bem que entretanto chegaram as tropas de Lisboa e estragaram o Algarve todo! :)))

Ana V. said...

Olá Blue! Desta vez não fui para esse lado... mas estava na Via do Infante quando ocorreu um acidente com não sei quantas viaturas. Ia a conduzir e a pensar: com estas velocidades ainda se estampam. Algum Presidente de Câmara em trabalho! :)) O "Rui", para a próxima já sei... volto sempre a Silves, adoro aquele lugar. Flor de Sal... que bom. Acabei por não encontrar o Folar de Olhão mas vim aviada com um Folar de Mel da Riviera, em Albufeira, e é de ir às lágrimas... Beijinhos e obrigada. Bom Domingo de Páscoa para vocês.

Anonymous said...

Bom, e eu em direcção ao Norte, e à regueifa e à meia-lua.. E curiosa para ver as fotos. :)

Beijinhos e mais uma vez Boa Páscoa a todos [eu este ano ando muito pascoeira, tenho de ver o que é que se passa comigo... algum psicólogo a ler o blogue da Dulcemeia que me queira dar uns palpites de borla?] ;o)

Ana V. said...

E desejos GALP só amanhã!! :)) E fotos na segunda. Sempre em quinta. Impulsos pascoeiros: mas com um Levis por perto ainda perguntas? Se tivesses uma rena imagina o espírito do Natal...
;-)

jorge vicente said...

silves continua a ser a minha cidade do algarve

beijinho
jorge

 
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